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7 sintomas de gordura no fígado que exigem atenção imediata

Os sintomas de gordura no fígado nem sempre são evidentes. Foto: Canva PRO
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Descubra os sintomas de gordura no fígado, suas causas, diagnóstico e como prevenir e tratar essa condição silenciosa.

Alguns sintomas de gordura no fígado, como cansaço frequente, enjoos leves e desconforto abdominal, muitas vezes passam despercebidos ou são atribuídos ao estresse e à má alimentação. No entanto, podem ser os primeiros sinais de um problema de saúde silencioso e cada vez mais comum: a esteatose hepática.

A gordura no fígado se desenvolve de forma gradual e, em muitos casos, sem causar sintomas evidentes. Por isso, muitas pessoas só descobrem a condição durante exames de rotina. Quando não tratada, pode evoluir para quadros mais graves, como inflamação, fibrose ou até cirrose.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, você vai entender como reconhecer os sinais da doença, o que pode causar o acúmulo de gordura no fígado, quais exames ajudam no diagnóstico e, principalmente, o que fazer para tratar e prevenir. A boa notícia é que, com mudanças simples no estilo de vida, é possível reverter a condição.

7 sintomas de gordura no fígado

Um dos maiores desafios em identificar a gordura no fígado é que, na maioria dos casos, a doença se desenvolve de forma silenciosa. Muitas pessoas só descobrem que têm esteatose hepática por meio de exames de rotina, pois os sintomas geralmente são ausentes ou muito sutis nas fases iniciais.

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No entanto, quando os sinais começam a aparecer, é importante estar atento. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Cansaço e fadiga constante, mesmo após uma boa noite de sono
  • Desconforto ou dor leve na parte superior direita do abdômen, onde o fígado está localizado
  • Sensação de inchaço abdominal, como se o estômago estivesse sempre pesado
  • Enjoos frequentes, principalmente após refeições mais gordurosas
  • Perda de apetite, o que pode levar à perda de peso
  • Urina escura ou fezes mais claras que o normal
  • Icterícia (pele e olhos amarelados), mais comum em estágios avançados da doença

Esses sintomas estão diretamente ligados à função do fígado. Quando há excesso de gordura acumulada, o órgão passa a trabalhar com dificuldade para realizar suas funções, como a digestão de gorduras, a eliminação de toxinas e a regulação do metabolismo.

Esse esforço extra pode gerar sinais que o corpo começa a emitir como um pedido de alerta.

O que é gordura no fígado?

A gordura no fígado, chamada tecnicamente de esteatose hepática, é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado.

Ter uma pequena quantidade de gordura no órgão pode ser normal, mas quando ela se torna excessiva, pode comprometer o funcionamento do fígado e levar a problemas mais graves.

Existem dois tipos principais dessa condição:

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  • Esteatose hepática simples: é quando há acúmulo de gordura no fígado, mas sem sinais de inflamação ou danos nas células hepáticas. É a forma mais comum e, geralmente, não causa sintomas no início.
  • Esteato-hepatite: além do acúmulo de gordura, há inflamação e danos às células do fígado. Essa forma é mais preocupante, pois pode evoluir para quadros mais sérios como fibrose, cirrose e até câncer de fígado.

A esteatose hepática pode ser classificada em graus de acordo com a quantidade de gordura acumulada:

  • Leve: menos de 33% das células do fígado estão comprometidas.
  • Moderada: entre 33% e 66%.
  • Grave: mais de 66% das células hepáticas contêm gordura.

Essa progressão pode ocorrer de forma silenciosa, por isso é importante conhecer os fatores de risco e prestar atenção aos sinais do corpo.

Por que a gordura se acumula no fígado?

A gordura no fígado é consequência de um desequilíbrio no metabolismo. O órgão deixa de conseguir processar corretamente as gorduras e começa a armazená-las em excesso. Diversos fatores contribuem para esse acúmulo, sendo os mais comuns:

  • Alimentação rica em gordura e açúcar: dietas com alto consumo de alimentos ultraprocessados, frituras, doces e bebidas açucaradas favorecem o acúmulo de gordura no organismo e no fígado.
  • Sedentarismo: a falta de atividade física reduz a queima de gordura, facilitando seu acúmulo.
  • Consumo excessivo de álcool: o álcool é metabolizado no fígado e, em excesso, contribui diretamente para o acúmulo de gordura e inflamação. Quando a gordura no fígado é causada pelo álcool, a condição é chamada de esteatose hepática alcoólica.
  • Obesidade: o excesso de peso está diretamente associado ao acúmulo de gordura no fígado, principalmente quando há concentração de gordura abdominal.
  • Diabetes tipo 2 e resistência à insulina: essas condições alteram o metabolismo da glicose e da gordura, favorecendo a deposição de gordura no fígado.
  • Uso de certos medicamentos: corticoides, alguns antivirais, tamoxifeno e outros remédios podem ter como efeito colateral o acúmulo de gordura hepática.

Maria (nome alterado para preservar sua identidade), uma mulher de 56 anos, venceu um câncer de mama e, como parte do tratamento, passou a usar tamoxifeno (para evitar que a doença voltasse) e estava em acompanhamento da doença no ambulatório de oncologia do Hospital Erasto Gaertner.

Mesmo cuidando da alimentação e praticando atividades físicas regularmente no seu bairro, ela começou a sentir um cansaço inexplicável e, em exames de rotina, foi diagnosticada com gordura no fígado.

Esse caso mostra como, às vezes, medicamentos como o tamoxifeno podem causar efeitos colaterais inesperados, como o acúmulo de gordura no fígado, mesmo quando mantemos hábitos saudáveis.

Outros medicamentos, como corticoides e alguns antivirais, também podem ter esse efeito. O mais importante é que Maria, como todos os pacientes que usam esses medicamentos por longo período, continue fazendo exames de acompanhamento para monitorar a saúde do fígado e evitar complicações no futuro.

Um aspecto importante dessa condição é que ela geralmente não provoca sintomas nos estágios iniciais. A gordura vai se acumulando de forma silenciosa e progressiva, o que dificulta a detecção precoce. Muitas pessoas só descobrem que têm gordura no fígado ao realizar exames de rotina.

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Os sintomas de gordura no fígado nem sempre são evidentes. Foto: Canva PRO

Quando procurar ajuda médica

É fundamental não ignorar os sintomas persistentes ou qualquer desconforto incomum relacionado ao sistema digestivo. Muitas pessoas adiam a consulta por acharem que estão apenas cansadas ou estressadas, mas quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de reversão do quadro com mudanças no estilo de vida.

Procure orientação médica se você:

  • Está com fadiga frequente, sem explicação clara
  • Percebeu alterações digestivas persistentes, como enjoos ou perda de apetite
  • Sente dor ou pressão na região do fígado
  • Observou alterações na cor da urina ou das fezes
  • Tem histórico de obesidade, diabetes ou colesterol alto, mesmo que sem sintomas

O médico pode solicitar exames de sangue, ultrassonografia ou outros testes específicos para avaliar o fígado. Identificar o problema precocemente é a chave para evitar complicações mais sérias no futuro.

Diagnóstico da esteatose hepática

O diagnóstico da gordura no fígado geralmente começa com uma avaliação clínica e exames de rotina. Como os sintomas nem sempre estão presentes, muitos casos são descobertos de forma incidental, quando o paciente realiza exames por outros motivos.

Os principais métodos utilizados para identificar a esteatose hepática são:

  • Ultrassonografia abdominal: é o exame mais comum e acessível. Ele permite visualizar o fígado e identificar o acúmulo de gordura. Não é invasivo e pode ser solicitado em consultas de rotina.
  • Exames de sangue: podem indicar alterações nas enzimas hepáticas (como TGO, TGP e GGT), além de verificar níveis de colesterol e triglicérides, que costumam estar elevados em pessoas com esteatose.
  • Fibroscan: exame mais específico, semelhante a uma ultrassonografia, que mede a rigidez do fígado e ajuda a identificar a presença de fibrose (cicatrizes no fígado).
  • Biópsia hepática: é o método mais preciso, mas só é indicado em casos específicos, quando há dúvida sobre a gravidade da doença ou risco de evolução para formas mais sérias.

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações futuras e iniciar as mudanças necessárias no estilo de vida e, se preciso, o tratamento médico.

Complicações se não tratada

A gordura no fígado pode parecer inofensiva no início, mas quando não tratada, tem o potencial de evoluir para quadros mais graves.

O acúmulo de gordura pode provocar inflamação, causando uma condição chamada esteato-hepatite não alcoólica (NASH). A partir daí, o fígado pode começar a formar cicatrizes — um processo conhecido como fibrose hepática.

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Se a fibrose progride, pode levar à cirrose, que compromete seriamente a função do fígado e aumenta o risco de câncer hepático. Em casos avançados, o paciente pode precisar até de um transplante de fígado.

Pacientes com diabetes tipo 2, obesidade, resistência à insulina ou síndrome metabólica estão em maior risco de desenvolver essas complicações, o que torna ainda mais importante o diagnóstico precoce e o controle adequado da doença.

Reconhecer a gordura no fígado como um problema sério e silencioso é o primeiro passo para preveni-lo e cuidar da saúde a longo prazo.

O que fazer ao receber o diagnóstico?

Receber o diagnóstico de gordura no fígado pode assustar em um primeiro momento, mas é importante saber que, na maioria dos casos, a condição tem tratamento e pode ser revertida com mudanças no estilo de vida.

O primeiro passo é adotar hábitos saudáveis:

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  • Melhorar a alimentação, reduzindo o consumo de alimentos ricos em gordura saturada, açúcar e ultraprocessados. Priorizar frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras.
  • Praticar atividade física regularmente, como caminhadas, exercícios aeróbicos ou musculação, pelo menos 3 a 5 vezes por semana.
  • Controlar doenças associadas, como diabetes tipo 2, colesterol alto e hipertensão.
  • Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de medicamentos específicos para controlar alterações metabólicas e proteger o fígado.

A boa notícia é que a gordura no fígado tem reversão. Com o tratamento adequado, é possível restaurar a saúde do fígado e prevenir complicações mais graves.

Prevenção e hábitos que protegem o fígado

Prevenir a gordura no fígado é possível com algumas atitudes simples no dia a dia. Adotar um estilo de vida mais equilibrado não apenas protege o fígado, como também melhora a saúde geral.

Veja algumas medidas eficazes:

  • Inclua alimentos que ajudam o fígado:
    • Abacate
    • Peixes ricos em ômega-3 (como salmão e sardinha)
    • Verduras verde-escuras (couve, espinafre)
    • Chá verde (com moderação)
    • Azeite de oliva
  • Evite o consumo de álcool, mesmo em pequenas quantidades, especialmente se você já tem diagnóstico de esteatose.
  • Reduza o consumo de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, embutidos, bolachas recheadas e fast food.
  • Mantenha o peso sob controle e evite o ganho excessivo de gordura abdominal.
  • Pratique exercícios físicos com regularidade.

Essas medidas, quando adotadas de forma consistente, ajudam a manter o fígado saudável e evitam a progressão da doença.

A gordura no fígado é uma condição comum e, muitas vezes, silenciosa. Por isso, estar atento aos sintomas, mesmo que leves, é fundamental. O diagnóstico precoce, feito com exames simples, permite iniciar um tratamento eficaz e evitar complicações como cirrose ou câncer hepático.

A boa notícia é que, com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico, é possível reverter a esteatose hepática e recuperar a saúde do fígado.

Cuidar do seu fígado é cuidar do seu bem-estar. Se você apresenta sintomas ou faz parte do grupo de risco, procure orientação médica e comece hoje mesmo a adotar hábitos mais saudáveis.

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Fonte: Saúde Lab

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