Educação
A história de Randolfo Moreira Fernandes, considerado o patrono da educação de Indaiatuba
Por “Randolfo” (grafia atual, mas não original – que é Randolpho) Moreira Fernandes conhecemos a escola que formou muitos indaiatubanos, e também o prédio onde atualmente está o Centro Cultural Vanderley Peres, mesmo a escola não estando mais ali. Mas a biografia daquele que é patrono da escola, poucos conhecem.
A História de Indaiatuba e de seus habitantes é um vasto campo de estudos onde a maior parte dos fatos e feitos ainda precisam ser pesquisados e divulgados. Até onde se sabe atualmente, Randolpho foi o primeiro educador diplomado a lecionar em nosso município; todos antes dele eram leigos, que davam aulas sem o devido diploma, condição comum na época.
Por esse fator de diferenciação, foi escolhido para ser o patrono do então imponente novo prédio do primeiro Grupo Escolar de nossa cidade, através de um decreto de 21 de abril de 1932.
Randolpho nasceu no Estado do Rio de Janeiro, no município de Barra Mansa no dia 23 de dezembro de 1856, filho do Capitão João Moreira Fernandes e de D. Cândida Rosa do Nascimento. Talvez por conta da vontade ou influência da família relativamente abastada, pensou em estudar medicina, mas logo percebeu que não tinha vocação para essa carreira e foi ingressar na tradicional Escola Militar, havendo sido Cadete do Império e até conquistando a amizade de D. Pedro II.
Ali também não encontrou vocação e após também tentar a carreira religiosa, decidiu mesmo foi ser professor. (Bom, talvez não tenha sido tantos fatores de indecisão, afinal – porque não? Quase todo professor querido é um pouco médico, um pouco militar, um pouco padre e um pouco de outras coisas também). Consta que Randolpho fundou um colégio na cidade de Queluz, ainda morando no Estado do Rio de Janeiro.
Formou-se professor normalista com 19 anos pela Escola Normal Caetano de Campos, em SP. Logo em seguida veio para Indaiatuba, onde assumiu o cargo público de “Aferidor da Câmara Municipal”, sendo responsável pela conformidade de pesos e medidas do nosso município, uma espécie de INMETRO (em pessoa física) do século XIX . Também foi nomeado “professor das primeiras letras para o sexo masculino” na cadeira da então Vila de Indaiatuba.
Foi então que uma indaiatubana laçou de vez seu coração e com 28 anos – em 30 de agosto de 1884 – casou-se com ela: Vitalina Augusta de Cerqueira.
Além de lecionar em Indaiatuba, Randolpho professou sua sabedoria em outras cidades: Bragança, Bom Jesus do Buquira, Freguesia de Cruzeiro, Piracicaba, Sorocamirim, Cotia, Caçapava e finalmente Tremembé do Norte, onde faleceu com 49 anos, no dia 4 e outubro de 1905, sendo sepultado em São Paulo, capital.
Mestre Randolpho teve três filhos: Benedito Randolfo Fernandes, Cyrene da Conceição Fernandes e Deuzalina Fernandes.
A Escola Randolfo funcionou no prédio da praça D. Pedro II até o ano 2000, quando, mesmo sobre os protestos das principais partes interessadas, professores, funcionários, alunos matriculados e antigos e familiares foi compulsoriamente transferido para um prédio construído originalmente para ser uma maternidade, na rua Alberto Santos Dumont, onde já havia funcionado a Escola Hélio Cerqueira Leite e a FIEC. Ficou ali até 2006, quando novamente foi transferido, agora para o Jardim Alice.
Pesquisa e texto: Blog História de Indaiatuba – Eliana Belo Silva