Economia

Com taxa Selic elevada, juro bancário tem novo aumento em novembro e atinge maior patamar em 8 anos

foto: reprodução internet
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Taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação, está em 15% ao ano —maior patamar em quase 20 anos. Inadimplência e endividamento das famílias com bancos seguem em patamar elevado.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,6 ponto percentual em novembro deste ano – e fechou o mês em 46,7% ao ano.

As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).

➡️Esse é o maior patamar desde abril de 2017, quando estava em 48,3% ao ano, ou seja, em pouco mais de oito anos.

➡️Na parcial de 2025, a taxa média de juros dos bancos já avançou seis pontos percentuais.

O juro foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

  • De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas recuou de 25,1% ao ano, em outubro, para 24,5% ao ano em novembro.
  • Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 58,5% ao ano, em outubro, para 59,4% ao ano em novembro. Esse é o maior patamar desde agosto de 2017 (62,3% ao ano).

➡️O aumento do juro bancário acontece em meio ao alto nível da taxa básica da economia, a Selic, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação. Em dezembro, a taxa foi mantida em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.

Cheque especial e cartão de crédito

🔎No cheque especial das pessoas físicas, a taxa de juros subiu de 139,1% ao ano, em outubro, para 141,7% ao ano em novembro. A variação foi de 2,6 pontos percentuais.

🔎Já a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de 439,8% ao ano, em outubro, para 440,5% ao ano em novembro deste ano. A alta foi de 0,7 ponto percentual.

Com isso, a taxa do cartão de crédito rotativo permanece em patamar proibitivo. Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro.

  • O aumento aconteceu apesar de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter limitado, desde janeiro de 2024, o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original.
  • Se a dívida for de R$ 100, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 200.
  • O custo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), entretanto, está fora desse cálculo. Isso vale somente para débitos contraídos a partir de janeiro.
  • O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento. Segundo analistas, essa linha de crédito deve ser evitada.
  • A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.

Crédito bancário

O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, subiu 0,9% em novembro, para R$ 7 trilhões.

Houve aumento de 0,3% no crédito às pessoas jurídicas, para R$ 2,6 trilhões de saldo total, e de 1,2% no crédito às pessoas físicas, para R$ 4,4 trilhões.

Segundo a instituição, os destaques no crédito livre às famílias em novembro foram:

  • cartão de crédito total (+1,1%);
  • financiamento para aquisição de veículos (+2,3%).
  • cartão de crédito à vista (1,7%).

Inadimplência e endividamento altos

➡️De acordo com dados do Banco Central, a taxa de inadimplência média total registrada pelos bancos nas operações de crédito permaneceu em 3,8% em outubro.

➡️Esse valor, que considera as operações com recursos livres e direcionados (habitação, rural e BNDES), está em um patamar próximo ao recorde da série histórica (4%), que tem início em março de 2011.

A taxa de inadimplência considera atrasos superiores a 90 dias.

Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência permaneceu em 4,7%, enquanto a inadimplência das empresas recuou de 2,4%, em outubro, para 2,3% em novembro.

➡️Já o endividamento das famílias com os bancos, segundo o BC, atingiu 49,3% da renda acumulada nos doze meses até outubro — o maior valor desde novembro de 2022 (ainda na pandemia da Covid-19). Todas as dívidas com os bancos entram no cálculo.

Fonte G1

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