Política
CPI do MST ouve secretário de Segurança de São Paulo e servidores do TCU
A Comissão Parlamentar de Inquérito CPI sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) em funcionamento na Câmara dos Deputados ouve nesta quarta-feira (2) o secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Muraro Derrite. A pedido do deputado Kim Kataguiri (União-SP), Derrite deverá prestar esclarecimentos sobre as invasões ocorridas no estado e as prisões decorrentes dessas invasões.
Já a deputada Caroline de Toni (PL-SC) pediu para ouvir três servidores do Tribunal de Contas da União (TCU). Um deles é Leonir Bampi, que, segundo a parlamentar, trabalhou, direta ou indiretamente, nas diligências que embasaram acórdãos do tribunal apontando desvio de verbas públicas para financiamento de atividades ilícitas. “Tais atividades foram orquestradas por associações diretamente vinculadas e coordenadas pelo Movimento dos sem Terra”, diz a deputada.
Os outros dois servidores que serão ouvidos hoje são: a secretária de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente, Cintia Zaira Messias de Lima, e o auditor Agroambiental Roberto Eiji Sakaguti. Eles trabalharam em diligências que apontaram irregularidades no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) relacionadas à concessão de lotes.
O relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), por sua vez, sugeriu que o auditor de Finanças e Controle da Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União (CGU), João Henrique Wetter Bernardes, também fosse convidado para depor sobre as irregularidades no Incra.
Salles ressalta que a CGU é o órgão do governo federal responsável pela defesa do patrimônio público e pelo incremento da transparência na gestão.
Em junho, em audiência na CPI, o ex-presidente do Incra Francisco Graziano Neto defendeu a suspensão do programa de reforma agrária até que se regularize a situação dos assentamentos atuais.
As oitivas serão realizadas a partir das 14 horas, no plenário 2.
Ontem o general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro de Segurança Institucional do atual governo, disse aos deputados que, durante o período em que esteve no ministério, não recebeu da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nenhum relatório relacionado a invasões de terra.