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Derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental é inevitável, diz estudo

Reprodução/Flickr
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A pesquisa afirma que as calotas vão continuar com o degelo em um ritmo acelerado mesmo que a temperatura se mantenha a mesma

O manto de gelo da Antártida Ocidental continuará derretendo neste século, a despeito do que o mundo conseguir cortar nas emissões de gases que aquecem o planeta, o que causará mais aumentos do nível do mar nas próximas décadas, mostrou uma pesquisa da British Antarctic Survey.

O estudo, publicado nesta segunda-feira pela revista Nature Climate Change, descobriu que, independentemente de quanto o mundo se aqueça neste século, o derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental vai se acelerar, pois as águas mais quentes do mar de Amundsen causarão erosão nas plataformas de gelo que margeiam o oceano.

Tais plataformas mantêm o gelo mais para o interior da Antártida, funcionando como uma rolha que impede seu fluxo para o mar.

Mesmo se o melhor cenário possível — limite de 1,5ºC de aquecimento contra os níveis pré-industriais — for alcançado, o gelo derreterá três vezes mais rápido neste século do que no último.

“Reduzir as emissões pode ajudar a evitar o pior cenário de derretimento, mas, além disso, a mitigação tem um impacto insignificante”, disse a principal autora do estudo, Kaitlin Naughten. “Pode ser que nós tenhamos perdido o controle.”

O colapso do manto de gelo da Antártida Ocidental é um dos nove “pontos de ruptura” do aquecimento global identificados por cientistas em 2009. De acordo com eles, ultrapassar esses limites traria consequências catastróficas para a Terra.

Uma equipe internacional de cientistas afirmou, em 2022, que o planeta já pode ter passado do ponto de “não retorno” no manto de gelo da Antártida Ocidental, mesmo apenas 1,1ºC de aquecimento acima dos níveis pré-industriais. Caso todo o manto derreta, o nível geral dos oceanos subirá mais de 1 metro.

Pesquisadores usaram o supercomputador nacional britânico para simular as elevações na temperatura dos oceanos usando diferentes cenários, mas com um único modelo. Os resultados “precisam ser tratados com cautela, já que modelos diferentes e até mesmo conjuntos do mesmo modelo podem trazer respostas diferentes”, alertou Tiago Segabinazzi Dotto, cientista pesquisador sênior no National Oceanography Centre do Reino Unido.

Ele notou, contudo, que tais descobertas estão em concordância com outros estudos que sugerem o colapso iminente das plataformas de gelo no mar de Amundsen.

O gelo no mar Antártico experimentou no último inverno sua menor camada máxima em extensão. Pesquisas publicadas no começo deste mês descobriram que 40% das plataformas de gelo da Antártida encolheram significativamente nos últimos 25 anos.

Fonte R7

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