Moda
Deusas gregas de Dior e silhuetas surrealistas de Schiaparelli abrem a Semana de Alta-Costura de Paris
A simplicidade de deusas gregas no desfile da Dior e o surrealismo de Schiaparelli abriram a Semana de Alta-Costura feminina em Paris nesta segunda-feira (3).
Com enormes volumes, vestidos brancos, pretos, dourados e prateados, Schiaparelli homenageou a reputação de vanguarda que ganhou há um século com suas colaborações históricas, com personagens como Dalí e Man Ray.
Liderada por seu diretor artístico, Daniel Roseberry, a marca propôs um show espetacular diante de celebridades como a rapper Cardi B e as atrizes Gwendoline Christie e Philippine Leroy-Beaulieu, no Petit Palais de Paris. O objetivo era uma “interpretação surrealista do vestuário feminino cotidiano”, com blusas brancas, golas altas pretas e casacos de tamanhos exagerados.
– Simplicidade extrema –
Já a Dior invocou deusas gregas para apresentar uma coleção de alta-costura particularmente simples, sem saltos, forros ou babados.
A extrema pureza foi inspirada em antigas estátuas para trazer mais conforto. Um vestido longo de lã branca abriu o desfile no Museu Rodin, em um cenário desenhado pela artista italiana Marta Roberti.
A silhueta é vertical, as linhas são retas e as cores elegantes: branco, preto, bege, dourado e prateado.
“Estas linhas retas escondem, na verdade, uma notável complexidade. Foi um trabalho de subtração. Quis tirar a capa, o forros, esses elementos que caracterizam os conjuntos de alta-costura”, afirmou à AFP Maria Grazia Chiuri, diretora artística da coleção feminina da Dior.
– As lantejoulas de Mishra –
Apesar dos distúrbios em toda a França após a morte de um jovem de 17 anos durante uma operação policial, a alta-costura foi lançada sem incidentes.
“Salvo disposição contrária das autoridades”, os desfiles “serão realizados” segundo o previsto, afirmou a Federação de Alta-Costura e Moda.
O indiano Rahul Mishra valorizou as lantejoulas e a experiência dos artesãos em seus ‘tailleurs’, respeitados no mundo da moda.
Mishra apresentou uma mulher muito sofisticada, com enormes laços em forma de flores cintilantes que cobrem o corpo. Sua coleção brilhou com lamê dourado, transparências que revelam o corpo sutilmente, saltos altos com meias pretas ou prateadas.
Homens se apresentaram pela primeira vez em um desfile próprio em Paris, também com lantejoulas.
-Juana Martin desfila na quinta-feira –
Para os próximos dias são esperados os desfiles de dois estreantes: o americano Thom Browne e o francês Charles de Vilmorin.
Vilmorin tem 26 anos e inicia carreira solo depois de ter trabalhado para a casa Rochas.
Até agora, suas duas coleções de alta-costura, uma em cores pop e estampas psicodélicas e outra inteiramente em preto, foram reveladas em vídeos durante a crise de saúde.
A marca saudita Ashi, que já vestiu a rainha Rania da Jordânia, Penélope Cruz, Diane Kruger e Lady Gaga, é a primeira representante do reino e do Golfo a participar da Semana, e desfilará na quinta-feira.
Neste dia, último do evento, também estão previstos os desfiles da espanhola Juana Martin, em sua terceira participação na alta-costura parisiense, assim como Fendi e a marroquina Maison Sara Chraibi.
Stéphane Rolland apresentará nesta terça-feira um desfile dedicado a Maria Callas na Ópera Garnier de Paris, filmado pelo diretor francês Claude Lelouch para sua próxima obra.
© Agence France-Presse.