Política

Falta de acordo cancela reunião da CPMI do 8 de Janeiro

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Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O presidente Arthur Oliveira Maia

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), cancelou a reunião prevista para hoje por falta de acordo para votação dos requerimentos em pauta.

Mais cedo a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), chegou a dizer que os parlamentares haviam avançado nas negociações para apreciar requerimentos de sigilos telefônico e telemático de pessoas relacionadas ao depoimento feito na semana passada pelo hacker Walter Delgatti. Entre elas, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o advogado Frederick Wassef e integrantes das Forças Armadas.

Quanto à análise dos requerimentos que pedem a quebra dos sigilos do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, da ex-primeira dama Michele Bolsonaro e do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, não havia acordo desde o início.

A oposição criticou a ação de governistas de tentar quebrar os sigilos do casal Bolsonaro. “Você não sai quebrando os sigilos das pessoas à revelia. Isso é um desrespeito, uma ilegalidade, uma agressão”, reclamou o senador Marcos Rogério (PL-RO). Para ele, não há nexo de causalidade entre as denúncias sobre eventual venda de patrimônio público por parte de ex-assessores de Bolsonaro e o escopo da CPMI.

Novos depoimentos
Além dos requerimentos de quebra de sigilos, havia vários pedidos para convocar Valdemar da Costa Neto, Bruno Zambelli (irmão de Carla Zambelli) e o general Mauro Cesar Lourena Cid (pai de Mauro Cid).

A oposição, por sua vez, queria que a CPMI marque o depoimento do ex-diretor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias. Os parlamentares oposicionistas querem aprofundar a linha investigatória defendida por eles sobre uma possível omissão do governo federal.

Eles argumentam que o general sabia dos riscos de uma invasão. “Tanto sabia que dois dias antes ele alerta a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] para o que estava a acontecer. E aí a Abin passa a monitorar, a informar, a indicar a situação preocupante que se avizinhava, e ele [G.Dias] simplesmente silencia.”

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