Indaiatuba
Gráfica de Indaiatuba é alvo de operação da PF contra organização criminosa
A investigação aponta que a fábrica produzia embalagens de cigarros falsos, confeccionados por trabalhadores em situação análoga à escravidão
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão em uma gráfica de Indaiatuba (SP), na manhã desta terça-feira (14). A investigação aponta que a fábrica produzia embalagens para cigarros falsos, que eram produzidos por trabalhadores paraguaios, mantidos no Brasil em condições de trabalho análogas à escravidão.
A operação “Illusio” cumpriu 59 mandados em imóveis em cinco estados, sendo eles: Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Amazonas e Pará. Ainda, a Justiça sequestrou um montante de R$ 20 milhões, em bens e valores de 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas.
A organização criminosa é comandada por um empresário de Barueri (SP), segundo a PF. O esquema trazia pessoas ilegalmente do Paraguai para produzir os cigarros falsos em uma fábrica na região de Divinópolis (MG).
Os paraguaios eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão. Eles foram levados à fábrica com os olhos vendados e eram mantidos reclusos. Ainda de acordo com a PF, seus telefones foram confiscados e eram proibidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior.
Os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai. A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões com a ocultação destes produtos atrás de cargas de calçados produzidos na região de Nova Serrana (MG).
De acordo com a PF, os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes, elencados com as respectivas penas máximas:
- Organização criminosa – 8 anos;
- Contrabando de cigarros – 5 anos;
- Descaminho de maquinário – 4 anos;
- Tráfico de pessoas – 8 anos;
- Trabalho escravo – 8 anos;
- Falsificação e uso de documento particular falso – 5 anos;
- Crimes contra as relações de consumo – 5 anos;
- Lavagem de dinheiro – 10 anos.
Somadas, as penas podem chegar a 53 anos de prisão.
Justiça Federal em Belo Horizonte (MG) expediu mandados em residências, galpões e empresas nas cidades de Manaus (AM), Capim Grosso (BA), Belo Horizonte (MG), Divinópolis (MG), Itaúna (MG), Nova Lima (MG), Nova Serrana (MG), Pará de Minas (MG), Pitangui (MG), São Gonçalo do Pará (MG), Barueri (SP), Carapicuíba (SP), Indaiatuba (SP), Osasco (SP), Santana de Parnaíba (SP), São Caetano do Sul (SP), São Paulo (SP), Taiuva (SP) e Nova Ipixuna (PA).
A Operação “Illusio” foi realizada em conjunto com a Receita Federal e com a cooperação do Ministério do Trabalho. Mais de 165 policiais federais trabalharam na ação.
Fonte: Band Campinas