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Marqueteiro de Lula é investigado por enriquecimento ilícito

Sidônio Palmeira, marqueteiro de Lula nas eleições de 2022 FACEBOOK/REPRODUÇÃO
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Sidônio Palmeira é alvo de ação civil pública na Bahia por suspeita de fraudes em contrato no valor de R$ 7,5 milhões

Sidônio Palmeira, o marqueteiro da campanha do ex-presidente Lula nas eleições de outubro deste ano, foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia por suspeita de improbidade administrativa. Segundo a denúncia, a empresa de Palmeira teria recebido R$ 7,5 milhões da Câmara Municipal de Salvador sem que houvesse prestado serviços. O valor original da licitação também é contestado após sofrer acréscimo de 275%, passando de R$ 2 milhões para os R$ 7,5 milhões.

Os objetos da ação são contratos firmados em 2006 entre a Câmara e a empresa de comunicação do publicitário, a Leiaute Propaganda, que liderou o consórcio vencedor da licitação. Uma auditoria do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia identificou o pagamento à empresa sem a prestação dos serviços e com diversos aditamentos que elevaram o valor do contrato.

O Ministério Público quer que o marqueteiro devolva R$ 5 milhões aos cofres públicos. Em nota enviada ao R7, a defesa de Palmeira nega as acusações e diz que o valor adicional é referente à prorrogação do contrato, e que os aditamentos foram aprovados pela Procuradoria da Câmara de Salvador.

“Essa é a metodologia que é utilizada em todo o território nacional, por todas as instâncias de poder. Ora, se o contrato era de R$ 2 milhões anuais e foram prestados cinco anos de serviço, é natural que ao final do período o valor total fosse superior ao valor anual”, justificou.

Sobre a acusação de que o serviço não foi prestado, Palmeira diz que a denúncia não se sustenta, já que foi entregue ao MP um dossiê com 800 páginas que comprova a prestação de serviço, além de 17 mídias em CDs com imagens do material publicitário desenvolvido pela empresa.

O publicitário baiano é um antigo conhecido do PT. Ele foi o responsável pelo marketing da campanha de Fernando Haddad (PT) à Presidência em 2018. Também atuou em campanhas do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e do seu antecessor, Jaques Wagner.

Crise na comunicação de Lula

Uma crise no comitê de campanha de Lula se arrasta há semanas, com críticas internas à comunicação. Sidônio assumiu a campanha de Lula em abril, após Augusto Fonseca ser demitido do cargo. Fonseca é da agência MPB Estratégia e Criação e participou das campanhas de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994, de Lula (PT), em 2002, de Aécio Neves (PSDB), em 2014, e de Ciro Gomes (PDT), em 2018.

A disputa também envolve o comando de uma área que concentra grande parte do dinheiro destinado à campanha. Os recursos para a produção e divulgação se destacam entre os gastos das candidaturas. O valor cobrado por Fonseca pesou na decisão. Segundo petistas que estavam insatisfeitos com o trabalho dele, o contrato passava dos R$ 40 milhões.

Entre os problemas enfrentados, estão as declarações mal recebidas por parte do eleitorado, como a defesa da revogação da reforma trabalhista de 2017 e, especialmente, da legalização do aborto. Essas defesas foram, depois de feitas, amenizadas pelo próprio Lula ou por colegas de partido, o que acabou gerando um ambiente de contradição interna.

Outro ponto da crise é o diálogo com o eleitorado jovem. Em vez de falar em resgatar os legados do partido, membros do PT defendem a ideia de que Lula fale em reconstrução e em um novo tempo após o mandato de Jair Bolsonaro (PL). “Pediram para dar uma rejuvenescida nas redes”, escreveu a equipe do ex-presidente no Instagram ao postar uma foto de Lula usando óculos do modelo Juliet. A postagem foi a que gerou mais engajamento nas redes do pré-candidato em mais de um mês.

O PT também fez mudanças na comunicação geral da campanha eleitoral, que trocou o jornalista Franklin Martins por Edinho Silva, prefeito de Araraquara, cidade do interior de São Paulo. Edinho foi tesoureiro da campanha à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação. O prefeito está em um inquérito da Polícia Federal aberto com base em uma delação do empresário Joesley Batista, do grupo J&F.

Fonte R7

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