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Novo hipertelescópio poderá ser instalado na superfície da Lua

Foto Divulgação
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Em um estudo hospedado recentemente no repositório de pré-prints de artigos científicos arXiv, dois astrônomos franceses introduziram um novo conceito que chamaram de “hipertelescópio”, como parte de uma revisão do que poderia ser a astronomia da Lua nos próximos dez anos.

Com foco “em alguns objetivos científicos promissores, desde o Sistema Solar até ao domínio extragaláctico”, a pesquisa trabalha com abordagens observacionais diversas, desde a fotometria (que mede a luz proveniente de objetos celestes) até o uso de imagens de alto contraste e alta resolução angular.

Por não ter atmosfera, fator que elimina a turbulência, a absorção e a dispersão da luz, a Lua oferece algumas condições extraordinárias para a astronomia, como: rotação lenta (que permite observar objetos por longos períodos) e um lado oculto sempre voltado para longe da Terra e do Sol, o que cancela interferências de sinais de rádio e luz.

Montando telescópios na Lua

Apesar dos desafios técnicos e logísticos demandados por esse tipo de construção sensível na superfície do nosso satélite natural, os pesquisadores destacam que, além da gravidade baixa, que facilita o transporte e a montagem de grandes estruturas, a Lua tem recursos materiaiscomo regolito, água congelada e metais, que poderiam ser usados nos trabalhos de construção e abastecimento dos observatórios.

O estudo apresenta várias propostas, desde o popular Radiotelescópio da Cratera Lunar (LCRT), como algumas mais sofisticadas como o Telescópio Localizador de Vida nos Polos Lunares (LFTALP), que congrega vários telescópios de 6,5 metros focados no estudo de atmosferas de exoplanetas.

Finalmente, há o Explorador Óptico Ultravioleta Lunar (LOUVE), cujo foco são objetos UV brilhantes, além de projetos para a instalação de um observatório de ondas gravitacionais parecido com os dois LIGOs instalados nos EUA.

Como instalar o hipertelescópio na Lua?

Outro projeto de hipertelescópio lunar.

Para contornar as dificuldades naturais para construir um hipertelescópio na superfície da Lua, os autores apresentam uma solução mais simples: um telescópio básico para aproveitar o terreno lunar. A ideia seria aumentar o poder de observação que depende em grande parte do tamanho do seu espelho primário e da distância focal.

No caso, um possível hipertelescópio usaria um conjunto desses espelhos dispostos dentro de uma cratera para funcionar como seu espelho primário, como é feito no Observatório de Arecibo, em Porto Rico. Nessa instalação, os detectores do telescópio ficam suspensos por um cabo.

Uma vantagem nesse tipo de projeto é que, por não serem necessariamente grandes, os espelhos demandariam menos investimentos em atividades de construção e engenharia civil. O estudo aponta ainda outra alternativa: colocar os espelhos de um lado da cratera e a instrumentação do outro. Isso permitiria uma distância focal mais longa, porém com perdas no alcance de observação.

Mantenha-se atualizado sobre ciência e tecnologia aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para ouvi a “música estranha” que astronautas escutaram durante missão na Lua.

Fonte TecMundo

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