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Outubro Rosa pet: câncer de mama pode afetar os animais; entenda

foto: reprodução internet
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Aproveite o mês da conscientização do câncer de mama para saber como evitar a doença em cadelas e gatas

O câncer de mama é o tipo mais presente entre as brasileiras. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência é de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres e, para 2024, estima-se 73.610 novos casos. Mas você sabia que a doença pode afetar também os pets?

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a incidência de tumores mamários é de até 50% em cadelas e até 30% em gatas. Ainda, aproximadamente 50% dos tumores em cadelas são malignos, enquanto essa taxa chega a 90% em felinos, com altas probabilidades de metástase.

“Os tumores de mamas em animais têm causas multifatoriais: genéticas, hormonais, nutricionais, reprodutivas, ambientais”, explica a Dra. Ana Gabriela Lima, médica veterinária e anestesiologista, fundadora da Dr. Mep, plataforma de telemedicina veterinária, e pesquisadora do núcleo de oncologia mamária da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Gatas também podem sofrer com tumores mamários, com taxa de malignidade de 90% — Foto: Pexels / Norma Gabriela Galván / Creative Commons

Felizmente, há um cuidado com grande impacto na prevenção deste tipo de tumor: a castração no momento correto. Ao castrar uma cadela até seu primeiro ano de vida, se reduz em até 86% a chance de tumor de mama. Em gatas, a taxa chega a 91%.

E, ainda que sua pet seja afetada pela doença, há boas chances de tratamento. Ana Gabriela conta que já acompanhou casos graves e avançados, com metástases, em que a sobrevida do animal chegou a dois anos após a cirurgia, com boa qualidade de vida.

“Evoluíram muito os tratamentos veterinários para câncer. Na quimioterapia, os fármacos avançaram e os cães respondem super bem. Há ainda a eletroquimioterapia, uma técnica nova, que reduz a chance de metástases. Além dos tratamentos complementares, como ozonioterapia e acupuntura”, ela conta.

Ainda melhor, claro, é o diagnóstico precoce, quando os animais podem alcançar a cura, com vida normal após a cirurgia. E, para isso, é necessário atenção dos tutores e cuidado veterinário. Ana Gabriela recomenda fazer o check up anual até os cinco anos do bichano, e depois semestral.

Isso é importante, pois, apesar de 70% dos lares brasileiros terem pets, apenas 17% dos bichanos têm acesso a médicos veterinários no país. “Por isso é tão importante a conscientização de prevenção e tratamento de doenças tão comuns como o câncer de mama”, diz a profissional.

Como prevenir câncer de mama em pets

Há um cuidado preventivo principal para tumores mamários em pets, além de outros cinco que todos os tutores de cadelas e gatas devem conhecer. Confira:

1. Castração

A castração é a principal prevenção para tumores mamários, e deve ocorrer no momento correto. Para cadelas de porte pequeno ou médio, entre o primeiro e segundo cio — Foto: Pexels / Anna Shvets / Creative Commons

A castração no momento correto é o principal cuidado para prevenir tumores mamários em pets. O consenso veterinário atual é que, para cadelas de portes pequenos e médios, o ideal é castrar entre primeiro e segundo cio. Já cadelas de portes grandes e gigantes devem ser castradas entre o segundo e o terceiro cio. Gatas, entre seis meses e um ano.

Cadelas castradas até um ano têm redução em até 86% na chance de um tumor de mama. Para gatas, a redução chega a 91%. Ainda, a castração previne em outros tumores, como de útero e ovário, além de infecções uterinas.

Castração de gatas reduz até 91% a chance de tumores mamários e aumenta em 50% a expectativa de vida — Foto: Pexels / Kelly / Creative Commons

Outras vantagens da castração são controle populacional e de comportamento. No caso dos gatos, os castrados vivem 50% mais, porque não vão à rua, onde estão expostos a atropelamentos e envenenamentos, entre outros perigos.

Porém, é importante evitar a castração precoce, que priva os animais de exposição a hormônios sexuais. A castração muito precoce pode induzir a obesidade, atrofia de vulva, incontinência urinária, doenças ósseas em raças grandes e predisposição a outros tumores. “A orientação não é mais de castrar logo após o fim das vacinas”, afirma Ana Gabriela.

2. Toque amigo

Mesmo com a castração realizada no período ideal, ainda assim é importante ficar atento aos tumores nas mamas. E a melhor maneira de fazer isso é com carinho na barriga. Se notar qualquer consistência diferente do restante da mama, ou um grão que parece um mamilo, mas fora do lugar, já é motivo para levar ao veterinário.

Acaricie as mamas da sua cadela ou gata semanalmente e, ao notar qualquer anormalidade, leve ao veterinário — Foto: Pexels / KATRIN BOLOVTSOVA / Creative Commons

“Não é necessário esperar a anomalia crescer ou ulcerar. Tumores que crescem rápido ou ulceram têm maior risco de malignidade, claro, mas os tumores pequenos também podem ser malignos”, alerta a profissional. O carinho com atenção dos tutores ajuda a identificar o tumor mamário precocemente, o que aumenta as chances de cura.

3. Evitar anticoncepcionais

Estudos comprovam a relação direta entre tumores mamários e o uso de contraceptivos em cadelas e gatas. O medicamento, também conhecido como anti cio, contém progesterona e está associado ao aumento do risco de câncer de mama, afetando até 70% das cachorras que usam.

“A solução para controle populacional não é hormônio, mas sim castração. Esses medicamentos são perigosos e já estão até proibidos em alguns locais”, fala Ana Gabriela.

4. Check up

Visitas preventivas ao veterinário devem ter frequência anual ou semestral — Foto: Pexels / Tima Miroshnichenko / Creative Commons

Ainda que o toque amigo seja importante na prevenção, nada como um exame profissional. Para detectar várias doenças, Ana Gabriela recomenda consultas veterinárias anuais para pets de até cinco anos, e semestrais a partir daí.

check up deve envolver, no mínimo, exames gerais de sangue, raio-x e ultrassom, além de exames específicos a partir do que o veterinário notar na consulta.

5. Conscientização sobre sucessão

Como os tumores mamários têm forte fator genético, é importante evitar que fêmeas que já tiveram a doença tenham novas crias. Ainda, evitar consanguinidade, ou seja, cruzamentos entre animais da mesma família.

6. Alimentação

Alimentação de animais industrializada pode conter ingredientes cancerígenos, como transgênicos e corantes — Foto: Pexels / Goochie Poochie Grooming / Creative Commons

Assim como para os humanos, a alimentação industrializada dos pets pode conter ingredientes cancerígenos, como transgênicos e corantes. Há boas opções no mercado, claro, mas vale ficar atento e evitar o símbolo de T nas embalagens, além de petiscos coloridos e saborizados artificialmente.

Fonte Revista Casa e Jardim

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