Saúde

Pessoas com transtornos mentais são 2 anos mais velhas do que idade real

Foto: Divulgação
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Pesquisadores analisaram marcadores sanguíneos de mais de 110 mil pessoas no Reino Unido para estudar a relação entre saúde mental e envelhecimento

Durante o Congresso Europeu de Psiquiatria em Paris, ocorrido entre os dias 25 a 28 de março, pesquisadores apresentaram dados evidenciando que pessoas com transtornos mentais, como ansiedade e bipolaridade, possuem marcadores sanguíneos que indicam que elas são mais velhas do que deviam para sua idade.

Os pesquisadores Julian Mutz e Cathryn Lewis, do King’s College London, foram responsáveis por analisar os dados sobre 168 metabólitos sanguíneos diferentes em 110.780 participantes cadastrados no UK Biobank, um banco de dados biomédicos do Reino Unido. Eles relacionaram esses registros a informações sobre a saúde mental dessas pessoas e, assim, notaram que aquelas que tinham transtornos psiquiátricos também possuiam um perfil metabólico mais velho do que o esperado para a idade delas.

Os pesquisadores Julian Mutz e Cathryn Lewis, do King’s College London, foram responsáveis por analisar os dados sobre 168 metabólitos sanguíneos diferentes em 110.780 participantes cadastrados no UK Biobank, um banco de dados biomédicos do Reino Unido. Eles relacionaram esses registros a informações sobre a saúde mental dessas pessoas e, assim, notaram que aquelas que tinham transtornos psiquiátricos também possuiam um perfil metabólico mais velho do que o esperado para a idade delas.

“Pessoas com transtorno bipolar tinham marcadores sanguíneos indicando que eram cerca de 2 anos mais velhas do que sua idade cronológica”, explicou Julian Mutz, em nota, durante a apresentação do estudo no congresso europeu.

Segundo os pesquisadores, isso pode ajudar a explicar porque pessoas com transtornos mentais tendem a viver menos e apresentar mais doenças relacionadas ao envelhecimento do que a população geral.

“Isso pode não explicar toda a diferença de saúde e expectativa de vida entre pessoas com problemas de saúde mental e a população em geral, mas significa que o envelhecimento biológico acelerado pode ser um fator importante”, alerta Mutz. “Se pudermos usar esses marcadores para rastrear o envelhecimento biológico, isso pode mudar a forma como monitoramos a saúde física de pessoas com doenças mentais e como avaliamos a eficácia das intervenções destinadas a melhorar a saúde física”.

Estudos anteriores já apontaram a relação entre doenças mentais e uma menor expectativa de vida. Uma pesquisa publicada em 2019, no periódico The Lancet, concluiu que, em comparação com pessoas sem transtornos psiquiátricos, homens com doenças mentais vivem cerca de 10 anos a menos e mulheres, 7 anos.

“Compreender os mecanismos subjacentes ao envelhecimento biológico acelerado pode ser crucial para o desenvolvimento de métodos preventivos e tratamentos personalizados para abordar a crescente dificuldade de uma gestão integrada destas doenças”, afirma Sara Poletti, pesquisadora do Instituto Científico Universitário do Hospital São Rafael, na Itália, que não participou do estudo.

Fonte Revista Galileu

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