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Quer morar fora? Esqueça Paris ou NY. Expatriados apontam as 10 melhores cidades para se viver, e a lista surpreende

Na região de Málaga, na Espanha, governo oferece pagamento mensal para nômades digitais — Foto: Carla Lencastre / Especial para O Globo
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Das 49 cidades incluídas na lista, cinco ficam na Espanha e todas estão no top 10

Aproveitar o que há de melhor numa cidade como turista não é o mesmo que desfrutá-la como morador. Entre essas duas condições estão os expatriados, aqueles que escolhem um destino diferente do seu país para viver e trabalhar, com base no que o lugar tem a oferecer. No fim de 2023, a InterNations — maior comunidade global de pessoas que vivem e trabalham no exterior — publicou seu relatório anual classificando os melhores lugares para se viver no mundo.

O Expat City Ranking usa como referência as opiniões de 12.065 participantes, com base em como eles se sentem a respeito de viver e trabalhar no exterior. Para construir a lista, a InterNations pesquisou expatriados de 177 nacionalidades e 181 países ou territórios, analisando cinco áreas específicas, como qualidade de vida (assistência médica, opções de lazer), facilidade de adaptação (encontrar amigos, cultura e boas-vindas), trabalho no exterior, finanças pessoais e noções básicas para expatriados (questões administrativas, moradia).

A lista deste ano inclui 49 cidades de todo o mundo, com Málaga no topo da lista. Veja quais cidades ocuparam as 10 primeiras colocações do ranking.

1. Málaga, Espanha

Málaga, a cidade de Pablo Picasso — Foto: Pixabay

De acordo com o abrangente relatório da InterNations, o município espanhol da Costa del Sol salta para o primeiro lugar entre os expatriados, tornando-se o melhor destino do mundo para viver e trabalhar.

Málaga, uma das cidades mais antigas do mundo, conhecida por seu legado histórico, cenário artístico e cultural, clima mediterrâneo e excelente gastronomia, também é a cidade mais bem avaliada em termos de simpatia (1º lugar): 89% dos entrevistados dizem que os habitantes locais são especialmente amigáveis com os residentes estrangeiros, uma característica que se reflete na seção “encontrar amigos”, onde Málaga aparece em segundo lugar.

O índice de qualidade de vida (2º) é outro de seus destaques. Também está em primeiro lugar em termos de clima, e é escolhida por seu ambiente natural (8º) e suas várias opções de lazer (2º).

Málaga está entre as dez melhores nas subcategorias “viagens e trânsito” (8ª) e “saúde” (10ª), mas as classificações de “trabalho no exterior” (13ª) e o mercado de trabalho local (41ª) ficam um pouco aquém, sendo suas características mais negativas.

Os expatriados parecem estar muito satisfeitos com a questão de moradia (6º): as acomodações não são apenas fáceis de encontrar (11º), mas também são muito econômicas (5º). Para muitos, é o destino perfeito para quem tem um orçamento apertado, ficando em primeiro lugar no índice de finanças pessoais e custo de vida geral.

Concluindo, 88% dos expatriados estão satisfeitos com sua vida em Málaga, em comparação com 72% em todo o mundo.

2. Alicante, Espanha

Praia na cidade de Benidorm, que fica a apenas 45 minutos do centro de Alicante — Foto: Shutterstock

A Espanha continua dominando a lista, agora graças a essa comunidade valenciana, que cai para o segundo lugar – em comparação com o ano anterior – devido à sua baixa classificação no índice de trabalho no exterior (40º).

Da mesma forma, Alicante se destaca, sobretudo, por ser a cidade com a moradia mais acessível para os expatriados (1º); por seu índice de facilidade de instalação (2º), por se sentir bem-vindo e em casa (1º), bem como por valorizar sua nova vida social (1º).

A grande desvantagem continua sendo o aspecto do trabalho: os entrevistados relatam que a cultura empresarial local não promove a criatividade (39º), o trabalho independente (40º) ou a flexibilidade (41º). Em outras palavras, as avaliações de suas oportunidades pessoais de carreira não são as melhores e estão quase no final da classificação geral (40º).

Em contrapartida, o estilo de vida não parece ser limitado pelos custos: Alicante ocupa o terceiro lugar no índice de finanças pessoais e a maioria dos expatriados (78%) está satisfeita com o custo de vida geral. O índice de qualidade de vida (5º) é outro destaque, assim como os cuidados com a saúde (5º), as opções de lazer (7º), a excelente qualidade do ar (7º) e o clima (3º), o que resulta em uma média geral de 92% de “felicidade”, em comparação com 72% em nível global.

3. Valência, Espanha

Vista aérea da cidade de Valência, na Espanha — Foto: Pixabay

A Espanha é a grande vencedora em 2023, colocando um total de cinco cidades entre as 20 mais escolhidas pelos expatriados; em terceiro lugar, fechando o pódio das 10 mais, está Valência, outro destino com grande facilidade de instalação, sua alta qualidade de vida (1º) e fortes classificações de finanças pessoais:

“Isso se traduz em culturas acolhedoras que tornam a vida agradável e acessível”, diz a InterNations, cujo relatório também coloca a terceira área metropolitana mais populosa da pátria-mãe no topo da lista de melhores serviços de saúde.

Outros números que se destacam: opções de lazer (3º) – a cidade está em primeiro lugar por suas oportunidades de esportes recreativos; o fato de ser muito fácil se locomover em Valencia a pé e de bicicleta (3º); e a acessibilidade do transporte público (9º).

No lado negativo, trabalhar no exterior não é tão bom quando se trata de Valência (36º), suas oportunidades de carreira para expatriados são as piores classificadas (47º) entre as cidades espanholas nesse ranking, bem como a falta de segurança no emprego (47º).

Custo de vida geral (3º), índice de finanças pessoais (6º), moradia acessível (7º) e simpatia dos residentes locais (89%) são alguns dos fatores que entram em jogo quando analisamos a pontuação geral e 91% dos expatriados estão muito satisfeitos com sua vida na cidade.

4. Ras al-Jaima, Emiratos Árabes Unidos

Forte de Masafi, no emirado de Ras al-Khaimah — Foto: Wikipedia

Esse emirado, um dos sete que compõem os Emirados Árabes Unidos, é o único que conquistou a independência total após o fim da ocupação britânica em 1971. É provavelmente por isso que Ras al-Khaimah ocupa uma posição de destaque nesse ranking, um destino onde a satisfação com o trabalho é muito maior.

De acordo com os entrevistados, é a cidade onde é mais fácil para os expatriados começarem a trabalhar: 78% não tiveram problemas para obter um visto, a moradia é acessível (68%) e fácil de encontrar (72%).

Ras Al Khaimah se destaca pela satisfação geral com o trabalho (1º) e pelas melhores opções de carreira pessoal (2º), o que a torna uma das melhores cidades para trabalhar no exterior (2º). Também para finanças pessoais (8º) e vida social: facilidade de se estabelecer (9º), capacidade de fazer novos amigos (63%) e sentir-se em casa (76%).

As desvantagens? Falta de transporte público (44º), opções culturais e de vida noturna decepcionantes (42º), poucas oportunidades de esportes recreativos (40º) e um ambiente natural pouco atraente (43º), resultando em uma pontuação média no Índice de Qualidade de Vida (25º).

5. Abu Dabi, Emiratos Árabes Unidos

Vista da cidade de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos — Foto: Divulgação

A capital e segunda cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos é, de acordo com os entrevistados, “o destino no deserto com a melhor qualidade de vida”. Abu Dhabi ocupa o quinto lugar no ranking, graças a essa qualidade (6º), à melhor infraestrutura automotiva do mundo (1º) e a seus serviços médicos (3º); além disso, 94% valorizam sua segurança pessoal e 84% valorizam sua estabilidade política.

O que mais ela oferece aos expatriados? Uma das fases de transição mais tranquilas (3º) e questões administrativas fáceis de gerenciar (2º), desde a obtenção de um visto (2º) até a abertura de uma conta bancária (5º); embora 18% dos entrevistados pareçam insatisfeitos com o acesso restrito a muitos serviços on-line, incluindo redes sociais.

A cidade também oferece excelente moradia (8º) e é o local mais acessível para aqueles que não falam o idioma local ou oficial (1º). Ela ocupa a 9ª posição em termos de empregos no exterior, com 55% dizendo que a mudança para Abu Dhabi melhorou suas perspectivas de carreira, em parte porque a cultura empresarial local incentiva a criatividade e o pensamento inovador.

No lado negativo, está a insatisfação com as finanças pessoais (23º), onde os salários não correspondem à quantidade de trabalho realizado e a renda familiar não é suficiente para uma vida confortável.

6. Madri, Espanha

Plaza Mayor, um dos pontos turísticos de Madri — Foto: Divulgação

A última cidade espanhola no top 10 é Madri, um ponto de encontro cultural para expatriados. A capital espanhola se destaca por sua acessibilidade digital (10º): é muito fácil pagar sem dinheiro e obter acesso à internet de alta velocidade em casa sem nenhuma restrição on-line.

No entanto, 51% dos entrevistados dizem que é muito difícil viver na cidade sem falar o idioma local, um de seus pontos mais negativos.

Como é trabalhar em Madri? A classificação é bastante baixa (38º), assim como a segurança no emprego (42º) e o estado da economia local (41º). Os números melhoram quando levamos em consideração as finanças pessoais (10º), e a qualidade de vida (3º) está entre as melhores do mundo.

Tanto o transporte público (5º) quanto o sistema de saúde (2º) são considerados acessíveis, e a cidade está no topo da lista (1º) de opções de lazer: sua cultura e vida noturna são imbatíveis, assim como sua variedade culinária e gastronômica e suas inúmeras oportunidades de esportes recreativos.

Todos esses fatores contribuem para um alto índice de facilidade de instalação (8º) para os expatriados, que se acostumam com a cultura local e se sentem acolhidos pelos madrilenhos.

7. Cidade do México, México

Cidade do México: a capital mais antiga das Américas vem ganhando rapidamente atenção como um centro de empreendedores e startups na América Latina — Foto: Pixabay

A América Latina é representada pela rica cultura e pelos baixos custos que a Cidade do México oferece aos expatriados que vivem e trabalham lá. De acordo com os entrevistados, ela tem a segunda população mais amigável do mundo e ocupa a 7ª posição em termos de custo de vida geral.

As finanças pessoais são muito fáceis (5º) e, se o índice de facilidade de se estabelecer (3º) for suficiente, os habitantes locais tornam a estadia na Cidade do México ainda mais notável.

Acostumar-se à cultura mexicana (6º) também não é um problema e os expatriados relatam que se sentem em casa. No entanto, a Cidade do México está na parte inferior do ranking em termos de segurança pessoal (49º), qualidade de vida (45º) e assistência médica (44º).

Ela se destaca por sua variedade culinária e opções de restaurantes, e 93% dos entrevistados apreciam a cultura e a vida noturna. A burocracia é uma das áreas mais negativas, embora 69% digam que é fácil encontrar moradia na cidade. A taxa de trabalho no exterior não é tão ruim (20º) e os expatriados se sentem bem remunerados e felizes com as oportunidades de carreira disponíveis para eles.

8. Kuala Lumpur, Malásia

Capital da Malásia está se tornando cada vez mais atraente para negócios globais devido a sua grande força de trabalho que fala inglês, conexões de voo fáceis ao redor a região e a relativa acessibilidade — Foto: Pixabay

O que a capital da Malásia tem a oferecer para que os expatriados a coloquem em oitavo lugar nessa lista? Para começar, eles se sentem muito bem pagos e apoiados longe de casa.

Kuala Lumpur obteve a melhor pontuação no índice de finanças pessoais (4º), e os entrevistados também estão muito satisfeitos com sua situação financeira (5º) e com o custo de vida geral (4º), tanto que 86% acreditam que sua renda familiar é suficiente para uma vida confortável.

No outro extremo da escala, a cidade obteve a pior pontuação no índice de qualidade de vida (38º), em parte devido ao transporte público ruim e inacessível (43º), à segurança pessoal (46º) e à falta de estabilidade política (43º), três áreas de grande preocupação.

Esses pontos negativos são compensados por uma classificação em 12º lugar em relação à facilidade de se estabelecer, encontrar amigos (8º), vida social dos expatriados (10º) e sua ampla rede de apoio (6º). No índice de trabalho no exterior (30º), 80% dos entrevistados se sentem bem pagos (1º), a acomodação é acessível (3º) e fácil de encontrar (5º): em resumo, 81% dos expatriados estão felizes com sua vida em Kuala Lumpur.

9. Bangkok, Tailândia

Kuala Lumpur, capital da Tailândia, obteve a melhor pontuação no índice de finanças pessoais — Foto: Pixabay

Quase fechando a lista está Bangkok, um dos destinos mais bem avaliados quando se trata do índice de finanças pessoais (2º). Os expatriados dizem que a situação financeira (3º) e o custo de vida geral (5º) são muito satisfatórios na capital da Tailândia, e 86% acreditam que a renda familiar é mais do que suficiente para sobreviver.

Apesar disso, o índice de qualidade de vida está entre os mais baixos (39º), assim como as pontuações de clima e meio ambiente (49º) e segurança (44º), onde a falta de liberdade de expressão é uma questão preocupante.

Entre os principais fatores positivos estão: opções de lazer (9º), assistência médica (7º) e o índice de facilidade de estabelecimento (10º). Os expatriados também comemoram a simpatia dos residentes locais (8º) e sua próspera vida social (4º), mas o índice de trabalho no exterior está no fim da lista (35º), juntamente com a satisfação no trabalho (44º), pois a cultura empresarial local não incentiva a criatividade, o trabalho autônomo ou a flexibilidade.

A burocracia desafiadora (48%) é outro ponto contra, embora isso seja compensado pela moradia acessível e fácil de encontrar (2º).

10. Mascate, Omã

Portal de Mascate, em Omã — Foto: Wikipédia

Os expatriados que se estabeleceram na maior cidade e capital do Sultanato de Omã a classificam em décimo lugar na lista, destacando a simpatia de seu povo e a moradia acessível (6º). Mascate não tem muitos obstáculos em questões administrativas; está em segundo lugar na subcategoria de moradia e no idioma, onde os entrevistados dizem que podem viver facilmente sem falar o idioma oficial.

Nas áreas mais positivas também estão a facilidade de se estabelecer (7º), a simpatia local (3º) e a facilidade de encontrar novos amigos (9º).

Entretanto, Mascate está em 29º lugar no índice de qualidade de vida. O transporte público não é tão acessível (47º), embora os expatriados estejam muito satisfeitos com a rede de estradas e rotas. A qualidade do ar também é muito boa (10º) e os entrevistados acham que o governo está fazendo um esforço real para apoiar políticas que protejam o meio ambiente.

Eles avaliam muito bem a segurança pessoal (3º), mas estão um pouco decepcionados com as opções de lazer oferecidas pela cidade (43º).

Fonte O Globo

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