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‘Rápida e sem sofrimento’: médico detalha morte do papa Francisco e diz que ele não trabalhou demais

foto: Divulgação
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De acordo com Sergio Alfieri, não havia nada que os médicos pudessem fazer para salvar sua vida.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (24), o médico do hospital Gemelli, em Roma, Sergio Alfieri, detalhou como ocorreu a morte do papa Francisco nessa segunda-feira (23). De acordo com ele, tudo foi muito rápido e o falecimento ocorreu por conta de um derrame inesperado.

Segundo Alfieri, não houve dor e não havia nada que os médicos pudessem fazer para salvar sua vida.

O médico conta que recebeu um telefona por volta das 5h30, no horário da Itália, para ir rapidamente ao Vaticano. Ele chegou 20 minutos depois ao local.

‘Entrei em seu quarto e ele (Francisco) estava com os olhos abertos. Confirmei que não havia problemas respiratórios. Tentei chamá-lo pelo nome, mas ele não me respondeu. Naquele momento, eu soube que não havia mais nada a fazer’, afirma em entrevista ao jornal Corriere della Sera.

Ao La Repubblica, ele confirma a história publicada pela agência de notícias Ansa de que as autoridades que estavam presentes sugeriram o transferir imediatamente de volta ao hospital, mas o médico acredita que ele teria morrido no caminho.

‘Fazendo uma tomografia, teríamos um diagnóstico mais preciso, mas nada mais. Foi um daqueles derrames que, em uma hora, te levam embora’.

Ao ser questionado se o papa Francisco teria se esforçado demais depois que saiu da internação de cinco semanas – como muitos falaram -, Alfieri respondeu que ele ouviu os conselhos do médico e não se esforçou demais. Porém, o especialista destaca que ele ‘era o papa’ e ‘voltar ao trabalho fazia parte do tratamento’, mesmo os médicos prescrevendo um período de repouso de dois meses.

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O médico conta que viu o pontífice pela última vez no sábado e que ele ‘estava muito bem’. O papa disse que tinha começado a trabalhar novamente e estava gostando.

‘Sabíamos que ele queria voltar para casa e ser papa até o último momento. Ele não nos decepcionou’, contou ao Corriere.

Ao La Repubblica, Sergio Alfieri ainda revelou o último arrependimento de Francisco, que ocorreu após a visita aos prisioneiros no dia 17 de abril. Ele lamentava que não pode realizar o ritual de lavar os pés na celebração da Quinta-feira Santa.

‘Ele lamentou não poder lavar os pés dos prisioneiros. Desta vez não consegui foi a última coisa que ele me disse’, completou.

Corpo na Basílica de São Pedro

Corpo do papa Francisco. — Foto: Divulgação/Vatican Media

O corpo do papa Francisco chegou nessa quarta-feira (23) na Basílica de São Pedro após uma procissão que partiu direto de sua residência, na Casa de Santa Marta. Os fiéis poderão visitar e fazer a última oração até sexta-feira (25), um dia antes do funeral.

A condução foi feita com um momento de oração presidida pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Católica, função de uma espécie de ajudante do papa.

O translado começou às 4h, no horário de Brasília. A procissão seguiu pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protormártires Romanos até chegar à Praça de São Pedro. O corpo do papa Francisco, então, entrou na Basílica pela porta central. A procissão incluiu cardeais solenes, prelados e guardas suíços escoltando o pontífice.

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No altar da confissão, o cardeal camerlengo conduziu uma pequena Liturgia da Palavra, que é composta por leituras da Bíblia, abrindo depois o espaço para visita ao corpo do papa. Cardeais, então, fizeram suas despedidas. O rito foi concluído com o canto da Salve Regina, um hino mariano que começa com ‘Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia’.

Segundo o Vaticano, mais de 20 mil pessoas estiveram presentes ao longo da cerimônia, desde cardeais, até o público na Praça São Pedro

Como será o funeral?

Segundo o Vaticano, o funeral ocorrerá ao ar livre em frente à Basílica de São Pedro no sábado a partir das 5h, no horário de Brasília. O decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, conduzirá a cerimônia. Ele também será responsável pela Santa Missa Exequial, celebração litúrgica apenas para a morte de pontífices.

No final do funeral, Giovanni fará a recomendação final – uma oração de encerramento onde o papa será formalmente confiado a Deus – e o corpo será levado para Santa Maria Maior para o sepultamento.

Fonte CBN

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