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‘Se a PF prendeu, tem motivo’, diz Bolsonaro após prisão de Milton Ribeiro

Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro EVARISTO SÁ/AFP
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Presidente afirmou que prisão do ex-ministro é um sinal de que não há interferências políticas na Polícia Federal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta quarta-feira (22) a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por agentes da Polícia Federal. Ribeiro é investigado por tráfico de influência e corrupção na gestão dos recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

“Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal de que a Polícia Federal está agindo. Ele responda pelos atos dele. É um sinal de que eu não interfiro na PF. Se prendeu, tem um motivo. Se alguém faz algo de errado, vai botar a culpa em mim?”, disse. O presidente também afirmou que Ribeiro mantinha “conversa informal demais com pessoas da confiança dele” e que a corrupção “é zero” no governo atual. 

Bolsonaro convidou Ribeiro para assumir a chefia do MEC em julho de 2021 após a saída de Abraham Weintraub da pasta. Ele foi o quarto ministro a comandar a Educação em apenas um ano e meio de governo. 

Na época das denúnicas, o chefe do Executivo chegou a dizer que o pastor era alvo de “uma covardia”. “Milton, coisa rara de falar aqui: eu boto a minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton”, declarou Bolsonaro.

O ex-ministro foi preso em casa, em Santos (SP). Ele será levado a São Paulo e depois transferido para Brasília. O mandado de prisão de Ribeiro cita que ele é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

Ao todo, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão em Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal. Também foram presos os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como lobistas que atuavam no MEC.

As ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal. A investigação corre sob sigilo. Em nota, o Ministério da Educação disse que “não compactua com qualquer ato irregular e continuará a colaborar com as investigações”.

Corrupção no MEC

O caso veio à tona em março após o vazamento de um áudio em que Ribeiro afirma privilegiar prefeitos que foram indicados pelos pastores. Na gravação, ele diz que foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Dias depois, Ribeiro alegou que não houve influência do chefe do Executivo no caso e afirmou que o envio dos recursos da pasta aos estados e municípios é feito com base em critérios técnicos.

O prefeito de Boa Esperança do Sul, em São Paulo, Manoel do Vitorinho (PP), afirmou que o pastor Arilton Moura pediu a ele uma propina de R$ 40 mil para que o ministério disponibilizasse recursos para cidade para a construção de uma escola profissionalizante.

À Record TV, Manoel disse que Arilton apresentou a oferta após uma reunião do então ministro da Educação Milton Ribeiro com prefeitos de cidades do interior de São Paulo em março do ano passado. De acordo com Manoel, o ministro não fez nenhuma promessa de que o MEC daria assistência financeira aos municípios, mas assistentes do MEC aconselharam os prefeitos a conversar com os pastores para negociar os repasses.

Fonte R7

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