São Paulo

Tarcísio garante água, renova apelo por saída de turistas e reforça ação para tirar vítimas de áreas de risco

Governador pede aos turistas que aproveitem o tempo bom para voltar ao lar TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
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Governador está no litoral norte, onde chuvas deixaram 48 mortos e 38 desaparecidos. Ainda há risco de deslizamentos na região

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (22) que as estações de tratamento de água voltaram a funcionar no litoral norte de São Paulo após os deslizamentos, em decorrência das chuvas, que deixaram 48 mortos. Tarcísio renovou o apelo para que os turistas voltem para casa e revelou que uma das tarefas “mais difíceis” é convencer moradores de áreas de risco a saírem de casa.

Os serviços de água, luz e telefonia foram comprometidos em razão da queda de postes e do depósito de sedimentos nas estações de tratamento de água. O governador afirmou que o fornecimento está sendo normalizado e que há água mineral disponível em todos os pontos de abrigo.

“Restabelecemos 100% da água. Todas as estações de tratamento de água estão funcionando. A Sabesp está fornecedo 108 mil copos de água […]. Ninguém precisa comprar água, ninguém precisa pagar R$ 90 ou R$ 100 em água, já que estamos distribuindo”, afirmou em referência ao aumento de preço e à ganância de alguns comerciantes da região após o desabastecimento de itens básicos na região.

“Aproveitem a janela de tempo”

Tarcísio fez um novo apelo aos turistas para que deixem a região e voltem em segurança para casa, ao aconselhar que aproveitem o clima para pegar a estrada. “A recomendação é a mesma: saiam de casa e peguem a estrada para voltar. Aproveitem a janela de tempo”, advertiu o ex-ministro da Infraestrutura.

“Ontem, quase 7.000 veículos saíram do litoral e voltaram para casa por causa da operação das nossas equipes nas estradas. Os profissionais continuam lá para que um maior volume de pessoas continue saindo”, disse.

Questionado sobre a estimativa de viajantes que permanecem nas praias do litoral norte, Tarcísio disse que esse número não é preciso. “O pessoal me perguntou ontem: ‘Não é precipitado falar para o pessoal sair com ameaça de chuva?’ Não é porque, de Juqueí para frente, está interrompido, e a gente não sabe o que pode acontecer com a chuva de Barra do Sahy para São Sebastião. Vamos supor que a gente tenha uma erosão, que a gente perca um pedaço da rodovia. Pronto: todo mundo ficou ilhado de novo. E a gente vai depender do transporte aéreo. Mas o fluxo de saída está bastante intenso”, comemorou.

Saída de áreas de risco

O governador paulista citou, entre os maiores desafios das equipes de resgate, a retirada de pessoas que moram em áreas de risco. Além do poder de convencimento, feito pela Defesa Civil e demais autoridades, Tarcísio anunciou que o estado entrou com uma ação na Justiça para retirar o morador à força caso ele se recuse a deixar uma casa que pode desabar. Pedido este que foi aceito pela Justiça no fim da manhã desta quarta-feira (22).

“Ontem à noite, ingressamos com uma ação na Justiça para que nos permitisse fazer, em último caso, a remoção contra a vontade das pessoas que estão em residência de área de risco. Então, a gente vai fazer a abordagem. Veja: obrigar é muito complicado. Então, a gente vai ver com assistência social, defesa civil do município e do estado, tentando convencer a pessoa a sair, fazendo de tudo para sair”, garantiu.

Os saques das residências abandonadas, sob risco de ruir, são o principal entrave. “A gente está dando os alertas, mas nota uma dificuldade grande porque, imagina o seguinte: quem não tem nada, construiu aquela casa com sacrifício e a pessoa se apega àquela casa, não quer sair, é tudo o que ela tem. Aí, a gente consegue remover a pessoa para o abrigo. Aí, ela recebe a notícia que foram lá e saquearam a casa dela. Aí, ela quer voltar para casa e não quer sair de lá de jeito nenhum. Então, a gente está tendo uma dificuldade muito grande de convencimento”, disse.

Para prevenir esse tipo de crime, o governador informou que, na terça-feira (21), 80 policiais do Batalhão de Choque foram levados para a região e, nesta quarta-feira (22), mais homens da PM chegam ao local. “Hoje, vão chegar mais 300 policiais militares para reforçar a segurança e impedir saques”, afirmou. 

Resgate de vítimas

A gestão estadual trabalha, atualmente, com o número de 38 desaparecidos desde sábado (18) quando o temporal intenso atingiu o litoral norte. “Vamos continuar as buscas, estamos procurando identificar áreas que possam ter vítimas ainda e pedimos que as pessoas que sentirem algum odor estranho também entre em contato para que possamos averigar”, declarou o governador.

As vítimas encontradas feridas foram encaminhadas ao Hospital Regional do Litoral Norte. Segundo Freitas, tem sido um momento muito difícil até para os profissionais de saúde, principalmente porque algumas crianças chegam vivas, mas sem os pais, que morreram na tragédia.

Na quinta-feira (23), um hospital de campanha será instalado no porto de São Sebastião, cidade mais atingida pela chuva. A unidade funcionará dentro de um navio da Marinha do Brasil, com mais de mil militares trabalhando para diminuir a lotação nos demais hospitais.

Fonte R7

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