Internacional
Tumbas pré-vulcânicas com mais de 3 mil anos são achadas no México
Arqueólogos descobriram na área de Lomas de Chapultepec 10 túmulos com formato semelhante ao de um cone; metade das estruturas contém restos humanos
Arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) encontraram uma série de sepulturas pré-hispânicas e pré-vulcânicas no México, entre as quais se destacam 10 túmulos com aproximadamente 3,5 mil anos e formato semelhante ao de um cone.
Conforme divulgou o INAH em 24 de novembro, metade desses túmulos contém restos humanos. Os achados estavam a poucos metros do tráfego de veículos na Avenida Constituyentes, na fronteira da terceira seção do Bosque de Chapultepec.
Ocorrida em junho de 2023, a descoberta aconteceu na área de Lomas de Chapultepec, que fica próxima ao Parque Cri-Cri. A coordenadora das escavações do INAH, María de Lourdes López Camacho, conta, em comunicado, que as investigações revelaram uma grande aldeia que deve ter existido nesta área entre os períodos Pré-Clássico Inicial e Médio (2500-400 a.C.).
Segundo o INAH, é a primeira vez que se localiza a arquitetura funerária das primeiras aldeias agrícolas a terem ocupado esse território. Hoje, tal área compreende o oeste da Cidade do México, ficando a 2.416 metros acima do nível do mar.
“Imaginem: essa comunidade estava vivendo aqui antes da erupção do vulcão Xitle e da formação do Pedregal de Coyoacán. E este subsolo permaneceu intacto por mais de 3 mil anos”, afirma López Camacho. “Isso é fantástico!”, acrescenta.
Os pesquisadores do INAH fizeram escavações extensivas em uma área de 200 m². As câmeras funerárias escavadas têm diâmetros variando entre um e dois metros, e altura máxima de 1,50 metro. Os túmulos troncônicos, também chamados de “túmulos de sino” por alguns arqueólogos, são definidos por uma forma cônica recortada na ponta mais estreita.
“É uma arquitetura funerária muito particular”, afirma López Camacho, acrescentando que exemplos dessas estruturas são encontrados em outras áreas mexicanas antigas, como a costa do Golfo e o oeste, e em áreas atuais na Bacia do México. “Faltava encontrá-los em seu lado oeste, agora os temos”, ela diz.
Segundo uma análise preliminar, os túmulos troncônicos datam do período Pré-Clássico Médio (1200-400 a.C.), mas já próximos ao Pré-Clássico Inicial (2500-1200 a.C.). No interior de cinco deles estavam os ossos de indivíduos que foram depositados, na maioria das vezes, de forma flexionada. Quatro eram mulheres e o outro era um homem, todos jovens adultos, segundo indicaram seus traços morfológicos.
Além dos restos mortais, os arqueólogos descobriram objetos funerários, alguns dispostos como oferendas: quatro hastes de veado trabalhadas como ferramentas, punções, uma taça, vasos, um fragmento de um disco de ardósia (um material importado, talvez vindo da costa do Golfo), entre outros.
Os artefatos foram transferidos para o Museu Nacional de História Castelo de Chapultepec, no México, para classificação e estudo. Algumas peças cerâmicas estão sendo microescavadas para obter vestígios sobre o uso que lhes foi dado por essas comunidades antigas.
Fonte Revista Galileu