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Vítimas da queda do avião em Vinhedo morreram de politraumatismo, diz IML

Foto: Divulgação
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Segundo diretor do IML, todos os 62 passageiros morreram de politraumatismo após queda de 4 mil metros do avião no interior de São Paulo.

A Polícia-Técnico Científica de São Paulo afirmou nesta segunda-feira (12) que as vítimas do acidente com o avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, morreram de politraumatismo. O reconhecimento dos corpos ainda não tem prazo para terminar. No total, 62 pessoas morreram, 58 passageiros e quatro tripulantes da Voepass na sexta-feira (9), naquele que é o maior acidente aéreo do Brasil desde 2007.

“Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo”, diz Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML.

Avião com 62 pessoas despenca sobre área residencial de Vinhedo (SP) — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo Reis, as vítimas já tinham morrido com o impacto da queda e só depois foram carbonizadas.

“As queimaduras que terminaram com a carbonização de alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo.”

O diretor disse ainda que todas as vítimas serão identificadas completamente.

“Eu garanto para vocês que quando esses corpos forem entregues aos seus familiares eles vão ter 100% de certeza que realmente é aquela pessoa. Nós não liberamos nenhum corpo, nenhuma pessoa, nenhum cadáver se não houver uma certeza absoluta dessa verificação, é por isso que daqui pra frente o processo vai ser um pouco mais lento.”

A Polícia Científica do Paraná enviou para São Paulo 31 amostras de DNA e 19 de documentação odontológica para ajudar os peritos paulistas nesse processo.

A Força Aérea Brasileira (FAB) colocou à disposição a aeronave KC-390, um cargueiro, para levar os corpos das vítimas de São Paulo para o Paraná.

Análise de caixas-pretas deve apontar o que pode ter provocado queda de avião em Vinhedo

Causas

Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.

O acúmulo de gelo foi uma das hipóteses levantadas por especialistas. Uma reportagem do g1 revelou também que o manual do ATR aponta risco de perda de sustentação e giro sob condição de gelo severo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já extraiu todo o conteúdo das duas caixas-pretas da aeronave e prevê divulgar em 30 dias relatório preliminar sobre as causas da queda.

Veja, abaixo, da decolagem à queda, a cronologia do acidente da Voepass:

  • A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 13h20.
  • O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar.
  • Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
  • De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
  • Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
  • A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 da VOEPASS, é turboélice com 74 assentos. A aeronave é fabricada pela ATR, com sede na França, que é uma das maiores fabricantes de aviação do mundo. Ela estava com a documentação em dia e todos os tripulantes tinham habilitação válida.

De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos.

O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes.

Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante):

  • Número de assentos: 74
  • Velocidade de cruzeiro: 511 km/h
  • Comprimento: 27 metros
  • Envergadura: 27 metros
  • Altura: 7,65 metros
  • Autonomia de voo: 1.324 km

Fonte G1

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