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Interior

Ferrari, dinheiro, joias: mostra bens de luxo de quadrilha de roubos de carga alvo de operação da PF

foto: divulgação
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Mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos em SP, PR, RS e RO, e 17 pessoas foram presas. Na casa do homem apontado como chefe da quadrilha a PF apreendeu a Ferrari e R$ 534 mil em dinheiro.

Carros milionários, entre eles uma Ferrari, muito dinheiro em espécie e joias. A operação da Polícia Federal (PF) em quatro estados brasileiros contra uma quadrilha especializada em roubos de cargas apreendeu bens de criminosos que ostentavam uma vida de luxo. Ao todo, a Justiça autorizou os sequestro de itens e valores que totalizam R$ 70 milhões.

Avaliada em cerca de R$ 3 milhões, a Ferrari estava em Jandira (SP), na casa do Fabrício Pimentel Azevedo Silva, apontado como um dos chefes da quadrilha. No imóvel também foram apreendidos R$ 534,8 mil em dinheiro.

Segundo o delegado da PF, Edson Geraldo de Souza, a organização criminosa tinha dois comandantes, sendo que o outro já havia sido preso em operações anteriores, assim como outros integrantes da quadrilha. O g1 tenta encontrar a defesa dele.

De acordo com a PF, a operação deflagrada na segunda (24) terminou de desmantelar o grupo especializado em roubo violento de cargas e caminhões, além de desmanche, receptação e lavagem de dinheiro: 17 pessoas foram presas no total.

No total, foram expedidos 17 mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão em municípios de São PauloParaná, Rondônia e Rio Grande do Sul [veja abaixo]. Pelo menos 110 policiais federais e 100 policiais militares estavam envolvidos na força-tarefa.

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A investigação, conduzida por um grupo especializado de repressão a roubo de cargas da Delegacia da Polícia Federal de Campinas, começou em 2023 após um assalto em Cajamar (SP).

Polícia Federal apreendeu R$ 538,4 mil em Jandira — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Polícia Federal apreendeu R$ 538,4 mil em Jandira — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Carros, dinheiro, joias…

O “padrão de estilo de vida elevado”, citado pela Polícia Federal, contava com compras de veículos de montadoras como Ferrari e Lamborghini, além lanchas, moto aquática, imóveis de alto padrão e presença em camarotes VIP de eventos.

Além da Ferrari e dos R$ 534,8 mil na casa do chefe da quadrilha, os policiais apreenderam armas, joias, carros e mais dinheiro em espécie, entre real, euro e dólar.

Em Vilhena (RO), a corporação apreendeu carcaças de caminhões roubados.

PF apreendeu dinheiro, joias, carros e arma em Erechim — Foto: Divulgação/Polícia Federal

PF apreendeu dinheiro, joias, carros e arma em Erechim — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Atuação em duas frentes

Segundo o delegado da PF, a quadrilha atuava em duas frentes: na “encomenda” dos crimes, com modelos específicos dos caminhões, e na comercialização de peças aos receptadores após desmanche. E Fabrício liderava o esquema.

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“Ele atuava em toda a articulação. Era responsável pela demanda na linha de frente e pela comercialização final. Por isso, o maior lucro da organização criminosa ficava com ele”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, o grupo participou de pelo menos 49 roubos violentos de cargas entre 2021 e 2024.

Dos 17 mandados de prisão, 16 foram cumpridos na segunda e uma mulher segue foragida. Além disso, houve uma prisão em flagrante de um homem por posse ilegal de arma de calibre restrito.

Como funcionava?

A organização criminosa usava empresas de peças e manutenção para se dedicar à receptação e venda de caminhões, equipamentos e motores roubados. A quadrilha encomendava roubos específicos com o modelo de carreta que desejavam – o foco era marcas suecas.

A investigação identificou três núcleos: roubo, desmanche e receptação. O nome da operação, “Hammare” (martelo, em sueco), faz uma referência ao principal instrumento do grupo para acesso aos veículos e também à preferência pelas marcas. Segundo a PF, eles quebravam os vidros enquanto os motoristas descansavam.

O delegado chefe da Polícia Federal em Campinas também afirmou que, após o roubo e os desmanches de peças, a quadrilha adulterava os números de chassi e peças dos caminhões para que os produtos pudessem ser vendidos no mercado legal.

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A base dos roubos era o estado de São Paulo, especialmente as regiões de Campinas e Sorocaba. Já o centro dos desmanches ficava em Osasco e, depois, as peças eram enviadas para venda em outros estados do Brasil.

“Normalmente, na prática de roubo de carga e caminhões, o grupo criminoso utiliza bloqueadores de sinal. As empresas de caminhões, ao saber disso, passaram a utilizar uma nova tecnologia que inibe esses bloqueadores de sinal. No entanto, os criminosos já procuravam caminhões que não utilizavam dessa tecnologia”, afirmou.

Ferrari é apreendida durante operação para desarticular organização criminosa envolvida em roubos de carga e caminhões. — Foto: Reprodução

Ferrari é apreendida durante operação para desarticular organização criminosa envolvida em roubos de carga e caminhões. — Foto: Reprodução

Locais dos mandados

  1. Embu das Artes (SP): prisão e busca (homem)
  2. Itapecerica da Serra (SP): prisão e busca (homem)
  3. Osasco (SP): prisão e busca (homem)
  4. São Paulo (SP): prisão e busca (homem)
  5. Jandira (SP): prisão e busca (homem)
  6. Jandira (SP): prisão e busca (mulher)
  7. Osasco (SP): busca e apreensão (pessoas jurídica)
  8. Osasco (SP): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  9. Osasco (SP): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  10. Osasco (SP): prisão e busca (homem)
  11. Araras (SP): prisão e busca (mulher)
  12. Guarulhos (SP): prisão e busca (mulher)
  13. Osasco (SP): busca e apreensão (homem)
  14. Maringá (PR): prisão e busca (homem)
  15. Maringá (PR): prisão e busca (homem)
  16. Maringá (PR): prisão e busca (homem)
  17. Maringá (PR): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  18. Maringá (PR): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  19. Vilhena (RO): prisão e busca (homem)
  20. Vilhena (RO): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  21. Vilhena (RO): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  22. Erechim (RS): prisão e busca (homem)
  23. Erechim (RS): busca e apreensão (pessoa jurídica)
  24. Erechim (RS): busca e apreensão (pessoa jurídica)

Quatro investigados já haviam sido presos em outras duas operações.

Roubos investigados

  1. 24.03.2021: São Paulo
  2. 13.05.2021: Osasco
  3. 06.02.2023: São Paulo
  4. 10.02.2023: Itapetininga
  5. 13.02.2023: Guararema
  6. 14.02.2023: Guararema
  7. 14.02.2023: São Paulo
  8. 15.03.2023: Osasco
  9. 16.03.2023: Osasco
  10. 17.03.2023: Itapecerica da Serra
  11. 28.03.2023: Pindamonhangaba
  12. 25.04.2023: São Paulo
  13. 03.10.2023: São Gonçalo do Sapucaí
  14. 04.10.2023: Osasco
  15. 16.10.2023: São Paulo
  16. 16 18.10.2023: Jundiaí
  17. 24.10.2023: Itapecerica da Serra
  18. 31.10.2023: Itapecerica da Serra
  19. 31.10.2023: Itapecerica da Serra
  20. 03.11.2023: São Paulo
  21. 06.11.2023: Osasco
  22. 09.11.2023: São Paulo ou Osasco
  23. 11.11.2023: São Gonçalo do Sapucaí
  24. 16.11.2023: Osasco
  25. 17.11.2023: Osasco
  26. 20.11.2023: Osasco
  27. 27.11.2023: Osasco
  28. 07.12.2023: Jundiaí
  29. 24.01.2024: Juquitiba
  30. 25.01.2024: São Lourenço da Serra
  31. 09.02.2024: São Lourenço da Serra
  32. 19.02.2024: São Paulo
  33. 22.02.2024: Araçariguama
  34. 22.02.2024: Araçariguama
  35. 07.03.2024: Juquitiba
  36. 07.03.2024: Juquitiba
  37. 08.03.2024: São Lourenço da Serra
  38. 21.03.2024: Juquitiba
  39. 21.03.2024: Juquitiba
  40. 22.03.2024: Itapecerica da Serra
  41. 22.03.2024: Itapecerica da Serra
  42. 27.03.2024: Juquitiba
  43. 27.03.2024: Juquitiba
  44. 03.04.2024: Tatuí
  45. 03.04.2024: Sumaré
  46. 11.04.2024: Itapecerica da Serra
  47. 21.05.2024: Guarulhos
  48. 21.05.2024: Cajamar
  49. 22.05.2024: Itapecerica da Serra

Fonte G1

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