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Saúde

Tempo das ‘ites’: médicos dão dicas para evitar crises alérgicas na primavera

Mulher gripada rinite alergia Crédito: Pixabay/Domínio público
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Quem sofre com problemas respiratórios já está acostumado com crises, mas a situação fica ainda mais complicada com as quedas bruscas de temperatura. A CBN ouviu especialistas para dar dicas de como tentar amenizar os sintomas na primavera, quando as mudanças são mais frequentes.

É só o tempo virar que o Roberto Estrella já fica com o nariz entupido.

‘Eu fico resfriado, tenho entupimento no nariz, ou fico com coriza. Isso é sempre. Eu tomo um remédio antialérgico e começo a melhorar, mas é muito chata essa mudança de temperatura e você ficar nesse estado’, conta.

Ele não é o único. Com as variações extremas de temperatura, que ficam ainda mais intensas nessa época, as ‘ites’ logo atacam: rinite, bronquite, sinusite, e por aí vai.

Muita gente sentiu na pele os efeitos da mudança do tempo em outubro. No Rio de Janeiro, por exemplo, a maior máxima registrada foi de 40,6ºC, no dia 7, na Zona Norte. Três dias depois, a temperatura caiu 20 graus, e não passou de 27,5ºC. No caso de São Paulo, a maior máxima foi de 33ºC, no dia 24. Nos dois dias seguintes, a temperatura despencou 10 graus e a máxima foi de 23ºC.

O meteorologista Wanderson Luiz, professor da UFRJ, explica que isso é comum na primavera, por ser uma estação de transição entre o inverno e o verão – e nesse ano, o fenômeno El Niño contribuiu para esse cenário.

‘A primavera é conhecida como uma estação de transição entre aquele clima mais frio e seco do inverno e o clima mais quente e úmido do verão. É bem comum que as duas características dessas estações, às vezes, apareçam em curtos períodos. Nessa primavera de 2023, especificamente, a gente tem a atuação do fenômeno El Nino, lá no Oceano Pacífico Equatorial, que é o aquecimento das águas, o que influencia o nosso clima aqui. Então, em alguns momentos, a gente pode até ter alguma frente fria que derruba um pouco a temperatura, mas logo depois ,as temperaturas voltam a se elevar’, detalha.

Quem costuma sofrer com doenças respiratórias precisa estar atento! O infectologista Marcos Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da UERJ, conta que, quando a temperatura cai, as mucosas ficam mais ressecadas e se tornam porta de entrada para agentes infecciosos.

‘Quando as mudanças de temperatura ocorrem de forma brusca, isso ativa alguns receptores, mecanismos imunológicos nas nossas vias aéreas superiores. Isso ,de certa maneira ,aumenta a secreção nas vias aéreas. O pessoal reclama que fica com o nariz escorrendo, à noite, às vezes, vai para o ar-condicionado, com um ambiente mais seco, o que fragiliza a mucosa na sua capacidade de proteção para a entrada de alguns agentes, principalmente virais’, reforça.

Com as mudanças bruscas de temperatura, é comum que as pessoas vistam casacos que estão há muito tempo guardados. Mas essa não é uma boa ideia: com o tempo, as roupas acumulam mofo e ácaro, o que favorece o desenvolvimento de alergias.

Marcello Bossois, médico e coordenador do projeto Brasil Sem Alergia, ressalta que a limpeza dessas roupas é fundamental, bem como a utilização de protetores impermeáveis em travesseiros e colchões.

‘O controle de ambiente é muito importante. Tirar tapete, cortina, carpete, edredom, bicho de pelúcia, que tem muito ácaro, mofo e poeira. Além disso, quando a gente deita sobre o colchão e o travesseiro, a gente descama a pele, que serve de alimento para o ácaro. Então, a forração de colchão e travesseiro é muito importante; envoltório completo ou qualquer tipo de material impermeável’, indica.

Outra importante aliada é a hidratação. Especialistas indicam o consumo mínimo de pelo menos dois litros de água, para umidificar as mucosas e sentir menos os efeitos provocados pelo ‘bota casaco, tira casaco’.

Fonte Bem Estar e Saúde

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