Saúde
Tudo que se sabe sobre o surto de febre maculosa em São Paulo
Ao menos 3 pessoas morreram por conta da doença após participar de um evento em uma fazenda em Campinas, interior do estado
A morte de pelo menos três pessoas por conta da febre maculosa, no estado de São Paulo, é um dos assuntos mais comentados nos últimos dias e já é considerado um surto da doença pelas autoridades sanitárias.
Neste texto, o R7 explica quem são as vítimas, por onde elas passaram antes de apresentarem sintomas e outras informações importantes.
Quem são as pessoas que morreram pela doença?
O assunto ganhou repercussão após a morte de Douglas Pereira Costa, de 42 anos, e Mariana Giordano, de 36 anos. O casal faleceu poucos dias após serem internados com sintomas como febre, dores e manchas vermelhas no corpo.
Douglas é um empresário e piloto da categoria de automobilismo nacional C300 Cup. Já Mariana é dentista, e foi o primeiro caso confirmado da doença. No dia seguinte, a Prefeitura de Jundiaí divulgou que o homem de 42 anos também havia morrido de febre maculosa.
O terceiro caso é de uma jovem de 28 anos, moradora de Hortolândia. A identidade dela não foi divulgada, mas sabe-se que ela esteve no mesmo evento em que Douglas e Mariana. Todos morreram no dia 8 deste mês.
Uma quarta jovem – uma adolescente de 16 anos – morreu na última terça-feira (13) com suspeita da doença. Na tarde desta quarta-feira, a Devisa (Departamento de Vigilância Sanitária) de Campinas anunciou mais um suposto caso em uma mulher de 38 anos.
As cinco pessoas citadas anteriormente estiveram no mesmo local, sendo quatro delas entre 26 e 27 de maio.
No total, são 12 casos e seis mortes confirmadas por febre maculosa em São Paulo em 2023. No ano passado, foram totalizados 53 casos, que culminaram em 37 mortes.
Onde estas pessoas pegaram a febre maculosa?
Douglas, Mariana e as mulheres de 16, 28 e 38 anos foram à Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio. Este é local apontado como suposta fonte do surto.
A Prefeitura de Campinas proibiu o espaço de receber novos eventos. “Os responsáveis pelo local foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa”, disse o poder executivo municipal.
A Fazenda Santa Margarida, por sua vez, informou que “sempre agiu e age de acordo com todas as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária” e que mantém “um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação”.
Quais eventos aconteceram na fazenda?
O grupo que morreu com febre maculosa estava no local na organização ou para participar da Feijoada do Rosa, evento tradicional de Campinas que teve a 22ª edição realizada no dia 27 de maio.
De acordo com a organização, a festa era celebrada na Fazenda Santa Margarida há 10 anos. “Reiteremos nossos profundos sentimentos”, publicou a página oficial da Feijoada do Rosa.
Já a mulher de 38 anos, foi ao show do artista Seu Jorge no dia 3 deste mês. Segundo autoridades da Devisa, é possível que pessoas que foram a este evento possam manifestar os síntomas até 14 dias após o contato com o carrapato-estrela.
Estima-se que, no total, cerca de 14 mil pessoas passaram pela Fazenda Santa Margarida nestes dois dias.
Posso pegar a febre maculosa de outra pessoa?
Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, esta doença não tem transmissão entre seres humanos. A febre maculosa pode ser contraída a partir da picada do carrapato-estrela, que costuma parasitar equinos e bovinos. O animal também pode ser encontrado em gramados ou áreas de mata.
Em São Paulo, existem duas bactérias que podem causar a doença. O maior número de casos é registrado em Campinas e Piracicaba, no interior do estado. A Secretaria de Saúde alerta que o carrapato pode ser encontrado também em áreas periféricas da região metropolitana e no litoral paulista.
Os sintomas da febre maculosa são dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal, além de febre.
Ações para o combate da doença em Campinas
A Prefeitura de Campinas, por meio do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) mobilizou uma série de ações na cidade, com foco na Fazenda Santa Margarida.
De acordo com o poder municipal, locais como o que sediou a Feijoada do Rosa devem informar por meio de placas os riscos da febre maculosa, já que Campinas é uma região endêmica para a doença.
Fonte R7