Olimpíadas 2024: quem são os estilistas que assinam os uniformes das delegações?

Nomes como Ralph Lauren e Giorgio Armani criaram peças esportivas para o dia a dia da competição, além de vestimentas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos

Falta menos de um mês para começarem os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e o clima de competição já está tomando conta da capital francesa. Prova disso foi o último desfile masculino da Louis Vuitton na Semana de Moda de Paris, que rolou no topo do prédio da UNESCO.

Em meio às bandeiras dos países, as peças de Pharrell Williams, com referências esportivas, cruzaram o gramado após a apresentação de um curta-metragem que aborda a importância de termos uma “nação unida” a fim de “preservarmos a diversidade e o futuro” no mundo.

Apesar de não estar entre as etiquetas dos trajes das delegações deste ano, a Louis Vuitton será a “guardiã” da tocha olímpica e das medalhas de Paraolimpíadas e Olimpíadas 2024 com sua clássica mala Trunk, criada em 1858.

A clássica mala Trunk, da Louis Vuitton, será usada para guardar a tocha olímpica e as medalhas dos Jogos Olímpicos 2024 — Foto: Reprodução/Instagram

Mas, então, quem são os estilistas e grifes que assinam os uniformes oficiais?

França

A grife Berluti e a stylist Carine Roitfeld criaram o uniforme francês para as cerimônias olímpicas — Foto: Reprodução/Instagram

O país-sede teve seus uniformes desenvolvidos pela grife Berlutti, em parceria com a consultora de moda e stylist Carine Roitfeld. Segundo informações publicadas nas redes sociais da LVMH, empresa detentora da grife, mais de 200 pessoas participaram do processo de criação, feito com o auxílio de 300 modelos 3D.

O resultado são dois modelos de uniformes e 1500 peças, que incluem smokings para as cerimônias de abertura e encerramento do Jogos Olímpicos, camisas, lenços e calçados. Os itens, pensados especialmente para cada modalidade esportiva, foram desenhados em Paris, mas confeccionados na Itália. As roupas levam as cores bandeira da França, azul-marinho com detalhes em vermelho e branco.

Brasil

O uniforme do Brasil para os Jogos Olímpicos foi criado por uma fast-fashion — Foto: Reprodução/Instagram

Na contramão dos looks formais, a vibe “país tropical” toma conta do Time Brasil para a cerimônia de abertura. Criado pela Riachuelo, o uniforme é composto por calça de malha fina, saia midi e jaqueta jeans. A camiseta verde e amarela e o chinelo de dedo dão o toque final na composição.

A brasilidade do uniforme estará ainda mais marcante nas jaquetas jeans usada pelos atletas. É que elas fazem referência à nossa fauna e flora, e foram produzidas com bordados feitos por artesãos de Timbaúba, no Rio Grande do Norte.

Estados Unidos

Uniformes cerimoniais dos Estados Unidos, criados pelo estilista Ralph Lauren — Foto: Reprodução/Instagram

A tarefa de criar os looks das cerimônias ficou, pela nona vez, nas mãos de Ralph Lauren, um dos maiores nomes da moda norte-americana. Para as peças que serão usadas na abertura do evento, o designer misturou uma camisa listrada, calça jeans e um blazer que faz referência aos uniformes de colégios americanos, com as listras na lapela e os brasões da grife e dos anéis olímpicos.

Os atletas também terão como opção uma calça caqui, suéteres, jaquetas estilo aviador e conjuntos de agasalho: todos os itens mesclam códigos da grife, que sempre explorou o universo esportivo, com detalhes que remetem às roupas das modalidades olímpicas.

Grã-Bretanha

O designer Ben Sherman criou, pela terceira vez, o uniforme do time da Grã-Bretanha — Foto: Reprodução/Instagram

Formada pela Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, a Grã-Bretanha veste uniformes confeccionados por Ben Sherman pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez, os trajes ganharam logos mais discretos e estampas chamativas, como mostram as polos e camisas floridas.

Conforme a explicação da marca nas redes sociais, cada flor representa uma nação do grupo: rosa (vermelha) para a Inglaterra, flor do cardo (roxa) para a Escócia, narciso (amarelo) para País de Gales e trevo (verde) para a Irlanda do Norte.

Itália

A Emporio Armani, grife de Giorgio Armani, desenvolve os uniformes olímpicos da Itália desde 2012 — Foto: Divulgação/Site oficial

Além de ter assinado os uniformes casuais da seleção italiana na Eurocopa 2024, a Emporio Armani também é a responsável por vestir a equipe olímpica e paraolímpica desde 2012. Neste ano, a grife de Giorgio Armani aparece nos conjuntos de alfaiataria da cerimônia de abertura e nos agasalhos em um tom de azul bem escuro e as cores vermelho, verde e branca distribuídos nos detalhes discretos de cada roupa.

Canadá

A marca Lululemon criou os uniformes e acessórios esportivos do time canadense — Foto: Reprodução/Instagram

A etiqueta canadense de activewear Lululemon desenvolveu o kit completo de uniformes fora dos jogos e aparatos esportivos do time, incluindo agasalhos, capas de chuva e camisas em tons de vermelha e estampas de folha de ácer (conhecida como “maple“, em inglês).

Em entrevista à revista “Forbes” americana, a designer Audrey Reilly contou que, mais do que a questão estética, “a marca prezou pela regulação térmica e adaptabilidade” das peças para os atletas de cada modalidade, especial da equipe paraolímpica.

Austrália

O traje formal do time Austrália foi criado pela marca Sportscraft — Foto: Reprodução/Instagram

Blazer verde, bermuda e vibe praiana: o uniforme criado pela marca Sportscraft para os atletas australianos poderia, facialmente, ser confundido com o traje formal do Brasil. A marca faz sua nona colaboração para o time nas Olimpíadas e, desta vez, apostou em tons mais fechados e discretos de verde e amarelo, deixando as cores mais chamativas para as saias plissadas e acessórios como lenço, boné e bolsa.

Irlanda

Traje formal do time Irlanda, criado pela designer Laura Weber — Foto: Reprodução/Instagram/Divulgação

Laura Weber pode ser um nome pouco conhecido no circuito comercial da moda, mas etiquetas com o seu nome podem ser encontradas no closet de personalidade como Soirse Ronan, Beyoncé, Rihanna e a primeira e ex-primeira damas dos Estados Unidos, Jill Biden e Michelle Obama, respectivamente.

Ela apresentou um dos mais diferentes uniformes casuais, com uma jaqueta branca que lembra quimono de judô, cheia de bolsos e lapela feita especialmente para “emoldurar” a medalha dos vencedores.

Vale o destaque também para os bordados minimalistas de flores e plantas, que se tornaram parte do DNA de seu trabalho manual. Em entrevista ao veículo “The Irish Times”, a designer contou que criou emblemas de trevos usando “quatro diferentes técnicas para representar as quatro províncias da Irlanda”.

Israel

Uniforme do time Israel foi desenhado pela marca Terminal X — Foto: Reprodução/Instagram

A delegação vai comparecer à cerimônia de abertura com um uniforme branco e variações de azul claro e escuro. As criações da marca Terminal X incluem bermuda, saia plissada e conjuntos de alfaiataria e agasalho, sendo que quase todas apresentam estampas tie-dye minimalistas que se assemelham ao mapa de Israel.

Haiti

A estilista Stella Jean criou os uniformes do Haiti em parceria com o pintor Philippe Dodard — Foto: Reprodução/Instagram

Stella Jean é quem assina o uniforme haitiano resgatando várias referências do próprio país, mas ela não esteve sozinha no processo de criação: ela contou com a colaboração do pintor conterrâneo Philippe Dodard, que desenvolveu uma estampa multicolorida.

Enquanto o vestuário feminino foi composto por saia midi plissada, camisa e colete com um largo cinto, o masculino combinou calça skinny, camisa listrada e jaqueta estilo militar, que remete às guayaberas — camisas com estampas texturizadas usadas pelos locais.

Mongólia

Uniforme da Mongólia para a abertura da Olimpíadas foi desenvolvido pelas irmãs da grife Michel&Amazonka — Foto: Reprodução/Instagram

O time da Mongólia “quebrou a internet” ao divulgar seus uniformes olímpicos e paralímpicos. A roupa clássica, com bordados dourados que unem referências esportivas e à cultura mongol, foi criada pelo duo Michel&Amazonka. As irmãs, que nasceram na capital do país, Ulan Bator, fundaram a grife em 2015 não demoraram a atrair a atenção para suas peças que exaltam a história e as belezas da Mongólia.

Fonte GShow