Política
Saiba quais os próximos passos da ação contra Bolsonaro após citação no hospital

Com a citação, Bolsonaro agora poderá apresentar argumentos jurídicos, indicar provas e listar testemunhas de defesa
Internado em uma unidade de terapia intensiva em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi formalmente citado nesta quarta-feira (23) no processo em que é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A citação, entregue por uma oficial de Justiça no Hospital DF Star, foi assinada por ele às 12h47, dando início ao prazo de cinco dias para a apresentação de sua defesa prévia.
A decisão de realizar a intimação no hospital foi tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após os ministros concluírem que Bolsonaro estava em condições de ser citado — especialmente porque, mesmo internado, ele realizou uma transmissão ao vivo na véspera, o que, segundo Alexandre de Moraes, demonstrou “possibilidade concreta” de comunicação formal.
Com a citação, Bolsonaro agora poderá apresentar argumentos jurídicos, indicar provas e listar testemunhas de defesa. Caso não o faça dentro do prazo legal, o processo seguirá normalmente com a nomeação de um defensor público, conforme previsto no Código de Processo Penal. A ausência de manifestação não impede o andamento do caso.
A denúncia, apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF. Ao todo, 14 pessoas se tornaram rés, incluindo Bolsonaro, que, segundo a acusação, chefiava o “núcleo político” da organização suspeita de planejar um golpe para anular o resultado das eleições de 2022. Outros sete nomes compõem esse mesmo núcleo.
Desde o início de abril, o STF vem citando todos os réus do caso, com base em decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes. A citação de Bolsonaro havia sido adiada por causa de sua internação, mas foi retomada assim que se concluiu que ele estava apto a receber a intimação.
Com a denúncia aceita, o processo entra na fase de instrução penal, momento em que o STF coletará depoimentos, provas e ouvirá as testemunhas tanto da acusação quanto da defesa. Ao final dessa etapa, o ministro relator apresentará um relatório para que a Primeira Turma da Corte avalie se há elementos suficientes para a condenação.
Fonte R7