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Como o novo ‘Pânico’ pode mudar o futuro da franquia

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‘Pânico’ se tornou uma das maiores franquias cinematográficas de todos os tempos e revitalizou o gênero slasher através de uma fórmula totalmente original e que, de certa forma, ia de encontro a tantas outras sagas semelhantes – como ‘Sexta-Feira 13’ e ‘A Hora do Pesadelo’.

Criada pelo lendário Wes Craven, um dos realizadores mais importantes do cinema contemporâneo, a história é centrada em um serial killer que se esconde atrás da máscara de um personagem conhecido como Ghostface e que arquiteta um massacre sanguinolento que tem como objetivo principal Sidney Prescott (Neve Campbell), uma problemática jovem que perdeu a mãe e carrega fantasmas de um passado não muito distante que vêm assombrá-la. Além de Sidney, os filmes introduziram diversos outros nomes que ficariam imortalizados no imaginário da cultura pop, incluindo a ambiciosa jornalista Gale Weathers (Courteney Cox) e o desengonçado e cândido delegado Dewey Riley (David Arquette), além de homicidas diferentes e perigosos trama após trama.

Dez anos depois de ‘Pânico 4’ que, apesar das atribulações e das falhas técnicas, apresentou a famosa narrativa a uma nova geração, o público está ansioso para ver o quinto capítulo dessa revolucionária magnum opus – e parece que as coisas sofrerão uma brusca mudança que pode impactar fortemente em futuros longas-metragens (ainda mais levando em conta que comentários sobre uma sexta entrada já foram feitas entre os produtores e a equipe criativa). E, com o aguardado lançamento do primeiro trailer, é normal que várias teorias surjam entre os fãs da franquia – e, pensando nisso, resolvemos destrinchar as poucas informações que temos para focar em uma delas que pode premeditar um deslocamento profundo de protagonismo.

Foquemos no breve trailer: um dos aspectos que mais nos chamou a atenção, a caracterização de Dewey e o que uma nova jornada em Woodsboro pode significar não apenas para si, mas para o restante do trio de ouro. Arquette reprisa o papel em um design que já o mostra marcado pelo tempo, seja pelas rugas proeminentes, seja pelo cabelo desgrenhado e grisalho. Mais do que isso, Dewey carrega uma traumática experiência que o transformou em um especialista em assassinos em série – motivo pelo qual serve como a sábia voz que guiará os novos protagonistas pela (improvável) sobrevivência. E de que maneira isso inverte os papéis a que estávamos acostumados?

Mesmo décadas mergulhados em uma cíclica história, Sidney, Gale e Dewey sempre se tornaram centro dos assassinatos e encontravam uma forma de unir forças para derrotar múltiplos antagonistas. Entretanto, com o primeiro trailer da quinta iteração viralizando nas redes sociais e nas principais plataformas, não podemos deixar de perceber que Ghostface tem outra ideia em mente – que é trazer uma outra geração, muito provavelmente uma menção à Gen-Z e o fato de serem a “primeira tribo de nativos digitais”, como bem apontam os sociólogos. Dessa forma, os antigos personagens principais são colocados em segundo plano e abre-se terreno para algo diferente e que tem potencial ilimitado para dar muito certo.

Quando analisamos as múltiplas incursões da saga slasher, a ideia de introduzir uma personagens mais novos já foi explorada no filme anterior – mas as desconstruções de fórmula e a amálgama desequilibrada entre o terror e a comédia impediram que qualquer membro desse grupo de originais sobrevivesse e forçaram com que o roteiro voltasse a atenção para o trio de ouro e para a breve presença de Jill (Emma Roberts) como a vilã principal.

No trailer, Jenna Ortega dá vida à Tara e, numa mimética homenagem à Drew Barrymore no filme de 1996, parece ser a primeira vítima do novo homicida. Pouco depois, temos uma breve sequência ambientada no hospital em que uma especulativa Tara, provavelmente tendo sobrevivido aos ataques de Ghostface, se recupera dos ferimentos e percebe que não pode fugir de seu “destino”. Entretanto, vemos também a presença de Dewey no mesmo hospital, tirando todas as balas de seu revólver antes de partir ao encontro do serial killer, enfrentando-o mão a mão e colocando um fim no reino de terror que uma máscara de Dia das Bruxas causou a tantas pessoas. Mais para frente, Gale é vista desesperada, correndo como se quisesse alcançar alguém – o que nos leva a pensar que Dewey possa não ter sobrevivido e se sacrificado para salvar Tara (representante do grupo de jovens que pode tomar conta da franquia).

E o que isso significa? Que a representação de Sidney, Dewey e Gale pode, finalmente, ser passada como um bastão para os múltiplos personagens introduzidos – caso o roteiro não os descarte como pedaços de plástico. Sidney também insurge como mentora no trailer, retornando para Woodsboro para ajudar Sam Carpenter (Melissa Barrera) e seus amigos, que se tornaram alvo do assassino e que mudam a configuração de como as vítimas são caçadas. Essa teoria tanto corrobora o fato do trio de ouro fugir do espectro dos “intocáveis” e terem uma chance real de darem adeus e perecerem sob a faca de Ghostface.

Se as nossas expectativas se confirmarem, ‘Pânico 6’ e futuras entradas da franquia podem se afastar do centro gravitacional dos clássicos personagens e expandirem um universo que merece tanto investimento quanto conterrâneos – vide ‘Halloween’, que já tem mais dois filmes confirmados em seu panteão. Ao que tudo indica, as regras nunca foram tão modificadas quanto agora e, caso exploradas da maneira correta, podem recomeçar a saga com o pé direito.

Lembrando que a Paramount Pictures lança ‘Pânico‘ no Brasil no dia 13 de janeiro de 2022, um dia antes da estreia norte-americana.

Por Thiago Nolla – CinePop

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