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Árvore mais antiga do mundo nasceu antes da construção das pirâmides do Egito; saiba onde fica

Pinheiro de 4.800 anos foi batizado de Matusalém; nome faz referência a patriarca bíblico conhecido por, supostamente, ter vivido 969 anos
Antes mesmo de os egípcios construírem as pirâmides no Antigo Império, por volta de 2.686 a 2.181 a.C., a árvore viva mais velha do mundo já havia nascido. Trata-se de um pinheiro bristlecone, espécie famosa por sua longevidade e capacidade de sobreviver em ambientes com cenários climáticos extremos. Batizada de Matusalém, a planta recebeu a alcunha em homenagem à figura mais antiga da Bíblia. Conhecido como o homem que viveu por mais tempo na Terra, o patriarca, supostamente, teria morrido aos 969 anos.
Onde fica a árvore mais antiga do mundo?
Mantido em segredo durante muito tempo, o pinheiro em questão fica situado nas Montanhas Brancas da Califórnia, nos Estados Unidos. Segundo a revista americana Forbes, o espécime foi mantido em segredo pelo Serviço Florestal do país até 2021, quando a identidade do exemplar foi descoberta após uma divulgação de fotos, a fim de protegê-lo de potenciais atos de vandalismo.
De acordo com o jornal The New York Times, durante décadas, estudiosos acreditavam que as sequoias gigantes eram as árvores mais antigas do planeta, sendo o tamanho dessas plantas uma evidência de quanto tempo elas cresciam. No entanto, em 1953, um pesquisador climático da Universidade do Arizona chamado Edmund Schulman (1908-1958) viajou para a Floresta Nacional de Inyo, situada no estado da Califórnia, depois de ouvir dizer sobre a possibilidade de o local abrigar espécies ainda mais antigas.
Schulman, que estava à procura de árvores primitivas para entender secas passadas em território americano, se tornou a primeira pessoa a encontrar espécimes com mais de 4 mil anos, incluindo Matusalém.
Como a idade de uma árvore é determinada?
Cientificamente, estudiosos determinam a idade de uma árvore extraindo uma amostra cilíndrica do tronco para que os anéis possam ser contados. A espessura desses anéis, cada um representando um ano de vida da planta, pode revelar informações sobre os níveis anuais de precipitação de uma região, temperaturas e até erupções vulcânicas.
Não está totalmente claro para a Ciência por qual motivos os bristlecones vivem tanto, mas uma chave parece ser o desenvolvimento lento das árvores, que crescem apenas 2,5 cm a cada 100 anos. Esse processo torna a madeira especialmente densa e confere proteção extra contra insetos e podridão.
Além disso, o ar na Floresta Nacional de Inyo é extremamente seco. Somado ao clima frio e ao solo rochoso de dolomita, cuja cor dá nome às Montanhas Brancas, as condições locais se tornam hostis e favorecem os pinheiros, já que há pouca concorrência com outras plantas, criaturas ou pragas.
Fonte O Globo