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Chrysalis: conheça a nave espacial de 58 km pensada para levar 2400 humanos em viagem sem volta até estrela

foto: reprodução internet
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Projeto venceu a competição internacional Hyperion, que desafia equipes a imaginar espaçonaves capazes de abrigar múltiplas gerações durante viagens interestelares

Imagina uma cidade inteira girando pelo espaço, com florestas tropicais, bibliotecas, escolas, casas, fábricas, e tudo isso rumo a um planeta a 40 trilhões de quilômetros da Terra. Parece ficção científica, mas é o conceito real da Chrysalis, uma nave de 58 quilômetros de comprimento projetada para levar até 2.400 pessoas em uma jornada de 400 anos até o sistema estelar Alpha Centauri.

O projeto venceu a competição internacional Project Hyperion, que desafia equipes a imaginar espaçonaves capazes de abrigar múltiplas gerações durante viagens interestelares. E a Chrysalis não economiza em ambição: ela seria uma verdadeira civilização ambulante, onde nascimentos, escolas, trabalho e até a política teriam que se adaptar a um ambiente isolado, fechado e em movimento.

Segundo o projeto, a estrutura da nave lembra aquelas bonequinhas russas que se encaixam uma dentro da outra. No centro, uma área com as hastes para pousar no destino final, além dos sistemas de comunicação. A partir daí, vêm cinco camadas com funções diferentes.

Chrysalis seria construída como uma boneca russa, com várias camadas de espaço vital envolvendo umas às outras em torno de um núcleo central — Foto: Giacomo Infelise, Veronica Magli, Guido Sbrogio', Nevenka Martinello e Federica Chiara Serpe​)
Chrysalis seria construída como uma boneca russa, com várias camadas de espaço vital envolvendo umas às outras em torno de um núcleo central — Foto: Giacomo Infelise, Veronica Magli, Guido Sbrogio’, Nevenka Martinello e Federica Chiara Serpe​)

A primeira seria dedicada à produção de alimentos, com plantações, fungos, insetos, animais e até réplicas de florestas tropicais e boreais para manter a biodiversidade. Na segunda camada, espaços comunitários como escolas, hospitais, parques e bibliotecas.

A terceira abriga as moradias individuais. A quarta é voltada para o trabalho, com indústrias de reciclagem, medicamentos e fabricação de estruturas. E, por fim, a camada mais externa funciona como um grande galpão automatizado, onde robôs armazenam ferramentas, materiais e equipamentos.

Como a viagem até Proxima Centauri b, um planeta com tamanho parecido com o da Terra, duraria séculos, a vida na nave seria totalmente planejada. Os nascimentos, por exemplo, teriam que ser controlados para manter a população ideal em torno de 1.500 pessoas. Isso garantiria recursos suficientes para todos e uma convivência sustentável ao longo das gerações.

Para tomar decisões, a sociedade da Chrysalis seria administrada por humanos com o apoio de inteligências artificiais. Segundo os criadores do projeto, essa parceria poderia ajudar a manter a coesão social, garantir a troca de conhecimento entre as gerações e ter uma visão de longo prazo sobre a vida dentro da nave

Sociedade da Chrysalis seria administrada por humanos com o apoio de inteligências artificiais. — Foto: Reprodução/Hyperion
Sociedade da Chrysalis seria administrada por humanos com o apoio de inteligências artificiais. — Foto: Reprodução/Hyperion

Se algum dia a Chrysalis for construída, os primeiros tripulantes não embarcariam direto. Eles teriam que viver por 70 a 80 anos em isolamento na Antártida, num ambiente simulado que imitaria as condições psicológicas e sociais da viagem interestelar. A ideia é garantir que os primeiros habitantes estejam prontos para viver confinados por toda a vida, e preparar seus descendentes para fazer o mesmo.

É claro que esse projeto é hipotético. Algumas tecnologias fundamentais ainda nem existem, como os reatores de fusão nuclear comercial que forneceriam energia para tudo. Mesmo assim, os engenheiros estimam que seria possível construir a nave em 20 a 25 anos, caso a ciência avance na direção certa.

Fonte O Globo

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