Internacional
Disney: parques e resorts terão “expansão sem precedentes”, diz executivo
Josh D’Amaro, chairman da Disney Experiences, comenta expansão de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 345 bi) nas experiências da companhia
Diante de uma arena com 2.500 pessoas em São Paulo no último sábado (9), Josh D’Amaro, o chairman da Disney Experiences, anunciou que a divisão de parques, resorts e de cruzeiros da companhia passa por um “período de crescimento e expansão sem precedentes”.
D’Amaro, que nunca havia pisado no Brasil, desembarcou no país para presidir um painel na D23, evento oficial para fãs da Disney, que ocorreu no Transamérica Expo Center entre sexta (8) e domingo (10). Criado em 2009, o evento ocorreu pela primeira vez na América Latina, uma vez que é realizado a cada dois anos em Anaheim, na Califórnia, com certas edições também no Japão.
Em certo momento, até o papagaio Zé Carioca apareceu no palco para saudar o público brasileiro.
“Os consumidores brasileiros são importantes para nós. Então queríamos ter certeza de que estávamos falando com eles sobre tudo o que a companhia tem a oferecer e sobre o futuro dela. Pensamos que trazer a D23 para esse mercado poderia ampliar o amor dos consumidores”, disse o líder a um seleto grupo de jornalistas, incluindo a reportagem do CNN Viagem & Gastronomia, antes de fazer a apresentação.
Rumores de um parque no Brasil e de uma rota de cruzeiro com parada na costa brasileira foram desmentidos pelo executivo, que focou no “momento especial” da companhia. Em agosto, durante a D23 na Califórnia, D’Amaro revelou um ciclo de projetos avaliado em US$ 60 bilhões (cerca de R$ 345,8 bilhões, na conversão atual), que compreende expansões nos parques, novos shows, paradas, restaurantes e o salto para 13 navios na linha de cruzeiros até 2031.
“Acho que as pessoas não têm ideia do quão agressivos vamos ser do ponto de vista de investimentos”, frisou o profissional. As novidades, algumas previstas já para o ano que vem, foram anunciadas em um momento de fragilidade econômica e de uma queda na frequência dos parques dos Estados Unidos. Então, por que agora?
“A Walt Disney Company nunca parou de olhar para o futuro e nunca parou de investir no futuro. Nós sempre investimos para a próxima geração. E não importa se há um declínio econômico ou se há Covid-19, nós continuaremos a investir. Fizemos isso por 70 anos e é por isso que somos tão grandes e a nossa marca é tão global”, afirmou Josh.
O Magic Kingdom Park, por exemplo, que consta como o parque temático mais visitado do mundo, passará pela maior expansão da história. O projeto inclui a construção de uma nova área temática dos vilões, com 13 deles revelados na D23 Brasil, entre eles Cruella de Vil e Úrsula, bem como uma área inspirada na franquia “Carros” em uma parte da Frontierland.
Estão no horizonte ainda uma taverna de “Piratas do Caribe” e um novo desfile noturno, o Disney Starlight, que começará no verão de 2025 e terá carros alegóricos de “Peter Pan”, “Encanto”, “Frozen” e, como revelado com exclusividade na D23, também de “Moana”.
Um quinto parque em Orlando não está nos planos futuros da companhia. Mas, segundo o executivo, “nunca dizemos nunca”. Com um sorriso no rosto, ele destacou que a expansão das novas áreas já se assemelha a novos parques pela complexidade e tamanho.
“Sabemos que temos uma oportunidade de convidar mais visitantes, já que temos histórias incríveis ainda não contadas, e vamos continuar investindo assim como fizemos no passado”, disse D’Amaro, que citou ainda que a união de um ótimo storytelling com as ferramentas de experiências da Disney acarretam em uma reação nos consumidores.
Diversão menos estressante
Josh é o nome por trás do Genie, ferramenta que entrou no mercado em 2021. Integrada ao aplicativo My Disney Experience, ela ajuda a saber o tempo de espera da fila dos brinquedos, a agendar horários para interagir com personagens e a reservar mesas em restaurantes.
Uma versão paga, batizada de Genie+, foi substituída neste ano pelo Lightning Lane Multi Pass, que possibilita a compra de passes para “furar filas”, seja para diversas atrações (Lightning Lane Multi Pass) ou para uma única (Lightning Lane Single Pass), em que os visitantes adquirem e agendam as experiências antes da visita ao parque.
“A demanda do Genie e do Lightning Lane tem sido incrivelmente alta”, revelou. As ferramentas, porém, provocaram um aumento na complexidade da visita aos parques, criando toda uma logística antes mesmo do visitante sair de casa. O executivo diz que tem prestado atenção nas demandas.
O que eu quero é que todos se sintam relaxados e que tudo seja o mais simples possível. Quero que se divirtam no máximo de atrações que puderem. Se as pessoas se sentirem estressadas, vamos descobrir uma maneira de tornar isso mais fácil, ou se quiserem mais opções, vamos trabalhar para dar mais opções. É uma constante evoluçãoJosh D’Amaro, Chairman da Disney Experiences
Tratado como uma celebridade por alguns fãs da Disney, Josh diz estar nos parques o tempo todo. “Eu raramente sento no escritório. Eu ando na Main Street, em Tomorrowland e na Frontierland. Eu vou escutar os visitantes”.
Uma das respostas mais recentes a essa pesquisa de campo foi a introdução do Lightning Lane Premier Pass, cujo preço pode chegar a até US$ 499 (mais de R$ 2.800) por pessoa no Magic Kingdom Park. Ele dá direito a furar filas uma única vez em todas as atrações que contam com o serviço, mesmo as mais concorridas, como a Tiana’s Bayou Adventure ou a Tron Lightcycle Run, sem necessidade de reserva antecipada.
“Será um tipo de produto de baixo volume, destinado a pessoas que desejam visitar o parque de maneira diferente. Mas isso não vai afetar de maneira nenhuma os outros visitantes que querem experimentar o parque como têm feito nos últimos 70 anos ao redor do mundo”, salientou o executivo.
Mercado brasileiro
A forte paixão do público brasileiro pela Disney se reflete em vendas: somos um dos cinco principais mercados internacionais da companhia, segundo Ricardo Sanchez, diretor de Consumer Channel para a América Latina dos destinos Disney.
“Uma das coisas que focamos no mercado da América Latina, particularmente o Brasil, é que eles gostam de viajar em grupo”, contou o profissional.
As casas de aluguel ao redor do complexo em Orlando, por exemplo, formam um forte negócio na cidade, o que inclui muitos brasileiros na jogada, tanto do lado de quem disponibiliza a propriedade quanto de quem aluga. O Walt Disney World tem atualmente cerca de 30 mil quartos em sua malha de hotéis, mas, de acordo com Josh D’Amaro, o entorno do resort também está na mira.
“Nós absolutamente pensamos sobre isso. Queremos ter a certeza de que as acomodações que oferecemos estão configuradas da melhor maneira possível para os nossos hóspedes brasileiros, seja com quartos comunicantes ou suítes dos mais variados preços. Além disso, temos uma grande infraestrutura e fortes parcerias com casas e suítes que atendem a esse tipo de público, que é aquele que não quer ficar diretamente na propriedade da Walt Disney World, mas deseja visitar nossos parques”, avaliou Josh.
Fonte CNN Brasil