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Mães de Indaiatuba

Gabriela Louvem venceu barreiras para se tornar mãe adotiva de dois meninos

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Na entrevista especial de hoje trouxemos todas as experiências vividas por uma mãe adotiva, que doou todo seu coração para a chegada de seus dois filhos.

Gabriela Louvem, apresenta de forma prática e realista o sentimento de se tornar mã, formando uma família feliz e completa.

Acompanhe:

Para você, o que é ser mãe?

Ser mãe é um ato de amor incondicional de muita responsabilidade. Só entendi a importância deste papel quando meu filho mais velho chegou, à quase 9 anos atrás, e percebi que o romantismo da barriga era pura ilusão, que educar uma criança é muito mais difícil e tem um significado muito maior do que gestar e pôr no mundo.

Quando você sentiu que seria a hora se tornar mãe?

Acredito que para a maior parte das mulheres, esse sonho é de infância – o meu, pelo menos, era. Mas após me casar, apesar do pensamento ser sempre muito constante, meu marido e eu demoramos a começar as tentativas, pois como somos muito racionais, acabamos colocando o término da faculdade e uma certa estabilidade financeira como prioridade.

O que poderia nos dizer sobre o processo de adoção?

Quando nós decidimos que iríamos tentar uma adoção, o processo estava sendo modificado, então pegamos logo no início da implementação da fila de adoção. É um misto de esperança, medo, insegurança, alegria, enfim, uma montanha russa desgovernada de emoções. Passamos por entrevistas com Assistente Social, Psicólogo e por um ciclo de palestras, para nos preparar para entrar na fila. Para mim a parte mais difícil foi no final, quando para adentrar a fila você precisa preencher um formulário onde constam as informações do que você aceita ou não em uma criança. Imagina? Se você tem um filho biológico, você não tem esse tipo de situação, você recebe e acolhe o que chegar. Porém, entendi que é uma forma de proteger as crianças, pois existem muitos casos de devolução por conta da falta dessas informações e o abalo emocional na criança é gigantesco. Esse tipo de informação também recebemos ao participar do ciclo de palestras que você é obrigado a assistir, onde acabamos sabendo de muitas situações inimagináveis relacionadas às questões deste formulário final.

Quais conselhos daria para aquelas mulheres que desejam adotar?

Não diria que são conselhos, mas dicas que a gente aprende no caminho. Um filho, da barriga ou não, é um filho. E acima de tudo um ser humano em desenvolvimento com uma carga emocional muitas vezes maior que a nossa. Então leia muito e prepare-se sim para entender o papel de mãe, pois adotar não é preencher um vazio, é acolher alguém com demandas e necessidades emocionais maiores que as suas. Se está passando por uma situação pessoal intensa, procure um psicólogo para lhe ajudar nesse processo, pois auxilia e muito na adaptação familiar até fortalecer os vínculos.

Em algum momento você pensou em desistir?

Nunca, a partir do momento que decidimos adotar e após participar das palestras, o desejo de receber nossos pequenos só cresceu. Quanto ao dia-a-dia, o aprendizado é constante. Não é uma tarefa fácil, mas sei que se fossem filhos biológicos também teríamos as mesmas dificuldades de cada fase e personalidade distintas. Claro que tem dias que você gostaria de se trancar no quarto e dormir por pelo menos uns 3 dias, hahahahahaha, aí você lembra de cada conquista, cada etapa vencida, e seu coração se enche de amor, os olhos lacrimejam e você está toda entregue novamente.

Quais os principais ensinamentos que a adoção trouxeram para sua vida?

Ainda trazem. Amor incondicional é exatamente amor incondicional. Não existem condições para amar ou não meus filhos. Aprendi que eles são como o são pela carga espiritual que trazem consigo e que o que vivenciaram no início da vida não é o que vai regular como eles serão, mas o amor e a educação que meu marido e eu damos a eles. Todos os dias existem novos desafios a enfrentar, e respeitar o que eles são, ajudando-os nas escolhas do caminho, dando a mão nesse caminhar da vida, é o que precisamos ter em mente para não nos deixarmos levar pela idealização do filho perfeito ou melhor educação do mundo. É um trabalho constante e muito intenso.

Quais foram os seus maiores aprendizados como mãe?

Algo que ficou muito forte para mim, principalmente durante a pandemia, é que você continua sendo uma mulher com necessidades e desejos, apesar da demanda intensa que é o trabalho de mãe. E se cuidar precisa fazer parte do seu cotidiano, porque para você cuidar de alguém você precisa estar bem. Não é uma tarefa fácil, mas esse equilíbrio pode contribuir e muito num caminhar saudável da maternidade. Aprendi que sentir-se exausta é normal e que não preciso ser uma guerreira todos os dias. Que tudo bem deixar algumas tarefas para o dia seguinte e fazer o que está dentro dos possível e imaginável. Que meus filhos precisam do meu amor e carinho, não de um robô perfeito que faz tudo na hora, de forma impecável.

E para finalizar, que mensagem daria para as mães nesse dia tão especial?

Ame-se e cuide-se, aceite-se como você é! Você tem o filho que precisa e seu filho tem a mãe que precisa, o aprendizado é constante dos dois e uma troca eterna, para além da vida.

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