Entretenimento
Wanessa Camargo sobre crises de pânico: “Achava que estava ficando louca e iria perder os meus filhos”
Cantora, de 39 anos, contou ter tido crises de pânico enquanto gravava a série ‘É o Amor’ e nos bastidores do ‘Show dos Famosos’
Wanessa Camargo, de 39 anos, mostrou um pouco da sua intimidade e suas fragilidades ao participar da série É o Amor, da Netflix, ao lado da família. Em uma das cenas, a cantora tem uma crise de pânico e precisa ser amparada pelo pai, Zezé Di Camargo, no banheiro. Inclusive, a síndrome foi o motivo pelo qual o sertanejo fez as pazes com a ex-mulher, Zilu, e realizou uma chamada de vídeo com ela para discutirem a situação da filha. À Quem, Wanessa fala abertamente sobre a condição e revela ter tido algumas recaídas enquanto gravava o Show dos Famosos, do Domingão com Huck.
“Durante muitos anos, estava ensaiando falar algumas questões que aconteceram ali na série. Eu tinha muita vergonha de falar que eu tinha bulimia, síndrome do pânico. Já tinha falado que muitas questões de pressão foram muito fortes na minha vida, junta com a cabeça que estava fraca a autoestima baixa. O destino pega a gente de calça curta. Quando estava começando a gravar a série, comecei a ter crise de pânico e eu não tinha há muito tempo. Perdi meu avô, o Aguiberto Santos (assessor pessoal), que trabalhava comigo, e muitas coisas que me deram gatilho. O pânico veio avassalador e eu vi que nunca tinha me curado dessas coisas”, admite.
A artista explica porque tomou a decisão de expor suas dores. “Eu tinha duas hipóteses: começar a passar mal e pedir para desligarem as câmeras ou iria usar isso como algo maior do que eu mesma. Comecei a gravar e eu escondi, porque estava mais ou menos. Mas com a pandemia, ficamos quase dois meses sem gravar, as coisas pioraram muito e eu não tinha como segurar. Quando o Aguiberto morreu, em abril, fiquei sem chão, uma semana na cama, quase sem ver os meus filhos”, relata ela, que é mãe de João Francisco e José Marcus, ambos do seu casamento com o empresário Marcus Buaiz.
Em uma das suas piores crises, a cantora contou com a ajuda da atriz Fernanda Souza. “Fui para um lugar muito especial, que a Fê Souza me indicou e foi muito bom para a minha saúde emocional. Fiquei lá alguns dias e me fortaleci, porque eu não queria tomar remédio. Entendi que sempre tive muita dificuldade de lidar com a morte, porque tenho muito medo de morrer. Depois voltamos a gravar a série e eu decidi expor tudo para ajudar outras pessoas que passam pela mesma situação”, justifica.
Wanessa afirma ter recebido muitas mensagens de apoio. “Até de gente que eu conhecia e não sabia que também tinha pânico. Uma forma de eu entender que não estava ficando louca foi compartilhar tudo isso com outras amigas e ver que outras pessoas também passam por isso. Eu realmente achava que estava ficando louca e iria perder os meus filhos. Quando você é mãe, não tem tempo de cair. Não pode cair. As crianças entram aqui no quarto me chamando e não podem ver a mãe deles caída. E, graças a Deus, eles nunca perceberam, nunca me viram assim”, conta.
A cantora lembra dos momentos de dificuldade nos bastidores do Show dos Famosos. A artista chegou até a final e ficou em segundo lugar. “Estava em pânico para fazer o Show dos Famosos. Na primeira semana, da Celine Dion, passei muito mal. Lá são quatro horas de maquiagem e eu tive problema para colocar as próteses, porque eles começam pelo nariz e eu tinha que respirar pela boca. Eu pedi desesperadamente para furar, que parecia estar sem ar. Eles tiveram que furar a prótese correndo, porque eu não conseguia respirar. Mas essa experiência foi fundamental para eu saber que sou capaz, tenho força para encarar esse tipo de desafio”, avalia.
Wanessa reforça que sua intenção nunca foi fazer com que as pessoas sintam pena dela. “Aprendi que quando a gente compartilha a dor, ela se transforma em um processo de cura coletivo. E nunca quis me vitimizar. Detesto sair de coitada. Acho que é muito mais sobre força e coragem de encarar seus anseios e medos. Estou em um processo de autoconhecimento incrível, como jamais estive na minha vida”, acredita ela, que vê na música também um processo de cura.
“Estar com amigos me faz muito bem. Criei um grupo de karaokê das minas com minhas amigas e nos reunimos para beber e cantar. Estar com meus filhos também é ótimo, o Marcos, minha família toda. Mas o cantar me faz levantar na hora. Por isso comprei o karaokê. Quando estou para baixo, vou lá e canto um pouco. E eu me questionei por que eu só cantava quando estava no palco. Por que eu não cantava todos os dias? E isso me curou. Sou uma cantora de alma”, conclui.
Fonte Revista Quem