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Internacional

Entenda o que está por trás da rebelião de mercenários contra o Exército russo

EFE/EPA/PAVEL BEDNYAKOV/HOST PHOTO AGENCY/RIA NOVOSTI/SPUTNIK
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Mercenários tomaram as instalações militares da cidade russa de Rostov em meio a disputa pelo poder com os comandos militares

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu punir os “traidores” do grupo de mercenários Wagner, depois que seu líder ameaçou derrubar o comando militar russo.

O conflito teve início após Yevgueni Prigozhin, de 62 anos, divulgar uma série de mensagens para anunciar que suas forças entraram na cidade russa de Rostov, no sul do país, e que tomaram suas instalações militares.

Há meses, Prigozhin tem se envolvido em uma disputa pelo poder com os comandos militares russos, os quais responsabiliza pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia. Em várias ocasiões, ele acusou o Exército russo de não equipar suficientemente seus mercenários ou de dificultar seus avanços com trâmites burocráticos, além de atribuir a si vitórias que, na verdade, foram obtidas graças aos combatentes do Wagner.

Neste sábado, Prigozhin acusou o comando militar russo de ordenar bombardeios contra as bases de seu grupo paramilitar e de ter matado muitos de seus combatentes. O líder do grupo Wagner afirmou que é preciso “frear” as lideranças militares russas e prometeu “ir até o final”.

Mais tarde, afirmou que seus combatentes haviam derrubado um helicóptero militar russo e que tinham tomado várias instalações militares na cidade de Rostov (sul).

Qual é a reação de Moscou?

Durante a noite, o Kremlin afirmou que estão sendo tomadas “medidas” contra o motim. As autoridades reforçaram a segurança em Moscou e em outras regiões, como Rostov e Lipetsk.

Putin qualificou o motim do grupo Wagner de “ameaça mortal” para o país e fez um apelo à unidade. Também assegurou que a “traição” do grupo Wagner resultaria em uma “inevitável punição”.

Quem são os combatentes do grupo Wagner?

O grupo paramilitar Wagner, privado, esteve envolvido em conflitos no Oriente Médio e na África, mas sempre negou sua participação.

No ano passado, Prigozhin admitiu ter fundado o grupo recrutando soldados em prisões russas em troca de anistia. No leste da Ucrânia, seus paramilitares têm se posicionado na linha de frente.

Eles lideraram a tomada de Bakhmut, que se estendeu durante meses, e reivindicaram ter tomado essa cidade para as tropas russas, embora a operação tenha causado muitas baixas ao grupo.

Como isso afeta o conflito na Ucrânia?

O motim representa o mais grave desafio que Putin teve que enfrentar em seu longo mandato, e a crise de segurança mais importante para a Rússia desde que chegou ao poder, no fim de 1999.

A situação poderia desviar a atenção e os recursos em plena ofensiva na Ucrânia, e coincide, ainda, com a contraofensiva anunciada por Kiev para recuperar territórios. O Exército ucraniano informou que está “observando” a luta interna entre Prigozhin e Putin.

Moscou, no entanto, advertiu que o Exército ucraniano estava aproveitando a situação para reunir suas tropas perto de Bakhmut diante de uma ofensiva. No plano internacional, Estados Unidos, França, Alemanha e União Europeia informaram que acompanham a situação de perto.

Fonte R7

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