Entretenimento
Musical ‘Matilda’ envolve e prova que a trama do filme é atemporal
Espetáculo, que tem Myra Ruiz e Fabi Bang no elenco, é inspirado na história de Roald Dahl’s e está em cartaz em São Paulo
Uma diretora sem escrúpulos — que roda uma criança pelas tranças e obriga um menino a comer sozinho um imenso bolo de chocolate — se vê desafiada por uma esperta menina, que é rejeitada pela família.
A trama de Matilda ficou conhecida com a adaptação cinematográfica de 1996, ganhou um musical em 2010 que passou pela Broadway, um novo filme na Netflix em 2022 e, atualmente, o espetáculo está em cartaz no Teatro Claro, em São Paulo.
Os desdobramentos que a obra de Roald Dahl’s ganhou, incluindo a produção brasileira do musical, são provas de que Matilda é uma história atemporal, que continua envolvendo e divertindo adultos e crianças de diferentes gerações. Com apenas 10 anos, Mafê Diniz, atriz que alterna a personagem-título com outras três atrizes mirins, já conhecia o longa de 1996 antes de descobrir que estrelaria o musical no Brasil.
Esse é o primeiro grande musical da artista, que está encantada com toda a estrutura do espetáculo. “Está sendo muito divertido. Não é da forma como eu imaginava, achei que era muito difícil fazer os efeitos especiais”, comentou a atriz, que faz algumas mágicas no espetáculo.
Nos bastidores, o clima entre as crianças não é de trabalho, mas de diversão. Basta chegar perto do camarim que Mafê divide com as outras meninas do elenco, para ouvir a gritaria e as risadas. “A gente se diverte muito. Colocamos música, a gente grita, faz dancinha, é muito legal.”
Toda essa energia contagia o restante da equipe, incluindo atores veteranos como Myra Ruiz. “Não quero nunca mais trabalhar só com adultos, perdeu a graça. Elas trazem uma leveza, uma energia que é muito especial. Estou muito apegada a eles, está um clima de acampamento de férias”, comentou a atriz, que dá vida à mãe de Matilda.
Depois de emendar protagonistas dramáticas em Evita e Wicked, a artista está se aventurando na comédia. “Humor é uma das coisas mais difíceis que tem. É, sem dúvidas, um desafio, uma coisa nova para mim, mas parece que as coisas foram se encaixando. No começo, fiquei preocupada de como eu ia trazer essa personagem para o Brasil. Ela é originalmente uma inglesa ‘bagaceira’ de uma região específica da Inglaterra. Fui buscando pessoas parecidas, lembrei de algumas tias minhas. Foi assim que encontrei, principalmente, o meu jeito de falar em cena.
Já Fabi Bang, que tem grande afinidade com o humor, tem se desafiado no drama. A atriz deixou de lado a espalhafatosa Glinda, de Wicked, para dar espaço a doce Senhorita Honey, professora de Matilda. “Já queria experimentar essa possibilidade. A Honey talvez seja a única personagem da vida real. Tudo é muito dilatado na história, a mãe é muito exuberante, a diretora é muito cruel e a Honey tem uma frequência mais comum. Ela carrega um desafio que é tornar a presença dela marcante apesar dela não ser hiper dilatada nesse contexto da peça”, falou Fabi à Quem.
O show não pode parar
Em um espetáculo deste porte, existe uma grande estrutura para o show não parar. O papel da temida Agatha Trunchbull, a diretora da escola onde Matilda estuda, é defendida por Cleto Bacicc — seguindo a tradição das produções internacionais, que também escalaram um homem para viver a personagem. No dia em que a Quem esteve nos bastidores do musical, Baccic não conseguiu se apresentar e o cover, Vinicius Cafer, foi quem entrou em ação.
“Ensaiei bastante desde o início, mas nem sempre temos esse tempo. Já fui cover outras vezes e você precisa estar preparado sem saber de nada. Na hora que precisar, você precisa estar ali. Diria que é uma ansiedade a mais”, comentou. O maior desafio do ator não foi rodar uma “criança” pelas tranças em cena, mas dar voz à cruel diretora. “Tenho um registro grave, mas para a Trunchbull pediram desde o início das audições para trazer uma voz mais pontuda, mais nasal. Senti dificuldade com isso, tive que trabalhar bastante.”
Revolta das Crianças – Cena do musical Matilda
Serviço:
- Local: Teatro Claro SP (Shopping Vila Olímpia – R. Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia, São Paulo)
- Classificação: Livre
- Sessões: Quarta-feira, 20h; Quinta-feira, 20h; Sexta-feira, 20h; Sábado, 15h e 20h; Domingo, 15h00 e 20h
- Ingressos: de R$ 39,60 a R$ 400,00
Fonte Revista Quem