Conecte-se Conosco

Entretenimento

Paul McCartney dá início à turnê pelo Brasil com promessa de clássicos e surpresas; veja o que esperar

O cantor Paul McCartney, em 2022, no Festival de Glastonbury — Foto: Divulgação / MPL Communications
Compartilhe essa notícia:

Com show em que não podem faltar ‘Hey Jude’ e ‘Let it be’, ex-Beatle se apresenta em Brasília com a turnê ‘Got back’

Na cidade que tem praticamente a mesma idade dos Beatles — e que, assim como o grupo de Liverpool, ficou mundialmente conhecida como um dos maiores símbolos de engenho e modernidade do século XX —, Paul McCartney inicia hoje, às 20h30, na Arena BRB Mané Garrincha, na Asa Norte de Brasília, mais uma de suas turnês brasileiras.

Desta vez, o inglês de 81 anos, um dos cantores, instrumentistas e compositores mais célebres do mundo, leva o show “Got back” por um giro que passará ainda por Belo Horizonte (na Arena MRV, domingo e segunda-feira), São Paulo (no Allianz Parque, dias 7, 9 e 10) e Curitiba (no Estádio Couto Pereira, dia 13), terminando em grande estilo no Rio, dia 16, no mesmo Maracanã onde se apresentou pela primeira vez no Brasil (e na América Latina), há 33 anos. Será o ponto final de “Got back”, bem-sucedida turnê de Paul, que começou em abril de 2022 nos EUA.

Dos 27 shows que o ex-beatle fez até agora no Brasil, apenas dois tinham sido em Brasília — o de novembro de 2014, da turnê “Out there”, e o de anteontem, realizado de surpresa, no Clube do Choro, para 300 felizardos que conseguiram comprar ingressos. Segundo o artista, esta apresentação mais intimista e curta que a habitual (com 24 músicas apenas) foi uma forma de comemorar a chegada de “Got back” ao Brasil, país onde ele tem feito shows com alguma regularidade desde 2010 — e onde já passou não somente pelas principais capitais, mas por cidades como Goiânia e Cariacica.

Mas o que esperar desta turnê, que Paul McCartney pôs na estrada logo que a Covid deu uma trégua e os grandes shows voltaram ao calendário? É um espetáculo como muitos dos que ele vem fazendo nos últimos anos, e que, antes de chegar até aqui, correu os EUA, fez uma parada em junho no festival inglês de Glastonbury (onde Paul se tornou, aos 80 anos, o artista solo mais velho a se apresentar), e, de outubro para cá, passou por Austrália e México. Uma maratona com 39 músicas, 2h40 de duração, muitos efeitos especiais e a presença, em carne e osso, do ex-beatle.

O repertório dos shows no Brasil não tem muitos segredos. Muito provavelmente será, com uma mexida ou outra, aquele que Paul tem mostrado ao longo da turnê, com canções organizadas em blocos e em um esperado bis. Um modelo que tem se provado bom e que evita dores de cabeça — imagina só o trabalho do artista para selecionar, a cada noite, um punhado de músicas do muito que reuniu em mais de 60 anos de carreira.

— Se você põe alguma canção, tem que tirar outra. Então, você tem que pensar muito bem. Dá para tirar “Hey Jude”? Não. Ou “Let it be”? Nem pensar. Então você tenta deixar as suas melhores músicas, aquelas de que o público mais gosta, e põe algumas de que você gosta, apenas para manter o show mais arejado — já ensinava o artista, em entrevista ao GLOBO em agosto, quando a perna brasileira de “Got back” foi anunciada. — Às vezes, penso no meu show como se ele fosse um musical. E você não muda o repertório de um musical só porque vai de Londres para Nova York. Você pode fazer algumas mudanças, e haverá algumas em relação aos shows que fizemos da última vez no Brasil (em 2019).

“Hey Jude” e “Let it be” não podem faltar, claro. E Paul também tem tocado em quase todo show algumas outras dos Beatles, como “Love me do”, “I’ve got a feeling”, “Get back”, “Lady Madonna”, “Birthday”, “Got to get you into my life”, “Blackbird” (em momento acústico), “Something”(dedicada ao ex-beatle George Harrison, morto em 2001) , “Ob-la-di, ob-la-da”, “Golden slumbers”, “Helter skelter” e “The end” (a última canção gravada pelos quatro beatles juntos, para o álbum “Abbey Road”, e aquela com a qual Paul tem finalizado os shows).

Dos Wings, seu grupo pós-Beatles, dos anos 1970, estão “Band on the run”, “Live and let die”, “Let ‘em in”, “Let me roll it”, “Junior’s Farm” e “Letting go”. Da carreira solo, “Maybe I’m amazed” e “My valentine” (que ele costuma dedicar à mulher, Nancy Shevell) e “Here today” (para John Lennon). Existem as surpresas, porém. Recentemente, na Austrália, depois de 20 anos, Paul voltou a tocar “She’s a woman”, do LP “Beatles 65”, junto com a sua banda que o acompanha há 21 anos, formada por Paul “Wix” Wickens (teclados), Brian Ray (baixo e guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr (bateria).

Planos dos fã-clubes

Nas redes sociais, os fã-clubes já convocavam o público do show em Brasília para engajar-se nos seus rituais para Paul, como levar plaquinhas de “Na Na” (para “Hey Jude”) ou “George lives in our hearts” (“George vive em nossos corações”, para “Something”) e acender as lanternas dos celulares e criar um estádio estrelado em “Let it be”.

O empresário Luiz Oscar Niemeyer, que assinou a produção de todos os shows de Paul McCartney no país (e está à frente da etapa brasileira de “Got back”) festeja a estreia de mais essa empreitada, com quase todos os 55 mil ingressos disponíveis para a apresentação no Mané Garrincha já vendidos.

— A gente teve uma performance de vendas muito rápida desta vez, é a primeira vez em que o Paul faz três Allianz Parque — diz ele, um beatlemaníaco que na terça teve pela primeira vez a oportunidade de ver, no Clube do Choro, a um show intimista do ídolo. — Confesso que não acreditei quando ele falou que ia fazer esse show. Mas de uma semana para cá foi virando verdade… e aconteceu.

Bolsa de apostas

O GLOBO apurou que, no show de hoje no Mané Garrincha, Paul McCartney deve enfileirar “A hard day’s night” (um clássico do começo dos Beatles), “Yesterday” (que o cantor não tem incluído nos shows desde 2018) e “Now and then”, a chamada “música final” do grupo, lançada este mês após ser criada com voz de John Lennon tratada por inteligência artificial. Estas duas últimas foram pedidas pelo público presente no Clube do Choro na terça-feira.

Para quem ainda não tem ingressos, há duas datas com entradas disponíveis ainda: o show de hoje, em Brasília, e o do dia 4, em Belo Horizonte. Os valores variam de R$ 250 a R$ 990, pelo site da Eventim. A venda será limitada a seis ingressos por CPF — e dois ingressos meia-entrada por CPF. Nas vendas on-line, a taxa de conveniência é de 20% sobre o valor total da compra.

Beatlemaníaca desde pequena, a economista Maíra Juruá, de 43 anos, é uma das que vão curtir o show de abertura da turnê, no Mané Garrincha. Com tíquete garantido para a pista premium, a fã verá Paul de pertinho pela segunda vez na semana, após presenciar a apresentação no Clube do Choro da beira do palco.

— Consegui o ingresso para o show de hoje no último minuto — disse a economista na apresentação surpresa de terça-feira. — É o meu segundo show dele, e quinta-feira será o terceiro. No primeiro eu tinha 10 anos, e também foi o primeiro dele no Brasil, em 1990. Uma música para mim que não pode faltar quinta é “Yesterday”.

Paul McCartney leva a platéia ao extase tocando no Clube do Choro em Brasília — Foto: MPL Communications
Paul McCartney leva a platéia ao extase tocando no Clube do Choro em Brasília — Foto: MPL Communications

O anúncio para o show no Clube do Choro foi feito pela manhã na terça, e os ingressos vendidos pela internet esgotaram quase instantaneamente. Aos sortudos, Paul impôs uma regra: nada de celulares ou câmeras. Na entrada, os fãs receberam um saco plástico não transparente e com lacre para guardar os aparelhos. Apesar do estranhamento, o público do show avaliou que a decisão melhorou a experiência e a interação com a banda.

O show durou quase duas horas, teve direito a bis e foi a primeira apresentação surpresa do ex-beatle no Brasil. Ocasiões como esta, porém, não são novidade na longa trajetória do artista, que frequentemente surpreende os fãs que acorrem aos seus shows em grandes estádios com sessões intimistas — em 2010, por exemplo, ele tocou para cerca de 300 pessoas no 100 Club, na região central de Londres, bem na hora do almoço. Outra vez, em 2016, outros 300 felizardos assistiram a uma apresentação pequena na Califórnia.

Provável setlist

  • “A hard day’s night”
  • “Junior’s farm”
  • “Letting go”
  • “Got to get you
  • “Into my life”
  • “Come on to me”
  • “Let me roll it”
  • “Getting better”
  • “My valentine”
  • “Nineteen hundred and eighty-five”
  • “Maybe I’m amazed”
  • “I’ve just seen a face”
  • “From me to you”
  • “Blackbird”
  • “Fuh you”
  • “Ob-la-di, ob-la-da”
  • “Get back”
  • “Lady Madonna”
  • “Let it be”
  • “Hey Jude”
  • “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
  • “Helter skelter”
  • “Golden slumbers”
  • “Carry that weight”
  • “The end”
  • “Yesterday”
  • ”Now and Then”

Fonte O Globo

Compartilhe essa notícia:
Continue lendo
Propaganda