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São Paulo

São Paulo decreta estado de emergência para dengue

Foto: Divulgação
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Decisão foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde. Estado registra mais de 138 mil casos e 31 mortes por conta da doença. Decreto deve ser publicado no Diário Oficial ainda nesta terça (5).

O governo de São Paulo decretou estado de emergência para a dengue.

A decisão foi tomada pelo Centro de Operações de Emergências (COE), grupo coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde, e oficializada nesta manhã. O decreto deve ser publicado no Diário Oficial ainda nesta terça-feira (5).

A medida ocorre após São Paulo atingir 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes nesta segunda-feira (4).

“A gente trabalhou com os dados do painel de monitoramento: 311 casos por 100 mil habitantes. A gente está em epidemia, segundo o que a OMS (Organização Mundial da Saúde) determina dos casos confirmados”, disse Regiane de Paula, coordenadora de Controle de Doenças do Estado de São Paulo.

O que muda com o decreto

O decreto permite que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com maior celeridade e sem necessidade de licitação, além de aporte do Ministério da Saúde.

22 dos 645 municípios do estado já decretaram emergência.

“O que muda agora com decreto é que a gente pode ter um pouco mais de agilidade para adquirir insumos, contratar pessoas, aumentar a nossa rede de atenção. E os municípios podem usar o nosso decreto como justificativa para decretar estado de emergência também nos seus municípios”, explicou Priscilla Perdicaris, secretária da Saúde em exercício.

De acordo com o COE, o decreto ainda prevê uma liberação de recurso do governo federal, tanto para o estado quanto aos municípios.

“É um recurso limitado, não temos nem a estimativa do valor global ainda. Mas qualquer recurso ajuda”, completou Priscilla.

O governo também pretende ampliar o número de equipamentos de fumacê. Hoje são cerca de 600 no estado. O plano de ação prevê a compra de novos, mas é necessária a aprovação do Ministério da Saúde – o que já está sendo negociado.

A secretária da Saúde disse ter mapeado quais os hospitais e unidades de saúde que conseguem ampliar o atendimento, mas não informou quando essa medida será colocada em prática.

Incidência e pico de casos

O governo monitora os sorotipos da dengue circulando no estado de SP. Atualmente, segundo a coordenadora de Controle de Doenças, a incidência é maior da dengue tipo 1 e 2. A taxa de positividade está em 40%.

Membro do COE, o diretor técnico do Instituto Butantan, Esper Georges Kallás, afirmou nesta terça que o aquecimento global e as chuvas criaram as condições ideais para a proliferação do mosquito e, consequentemente, do aumento de casos de dengue.

A gestão estadual, entretanto, diz não ser possível prever quando será o pico da doença.

“Os casos continuam crescendo, a gente ainda não sabe quando será o pico. Não dá para dar a previsão exata (…). Como existem estados que estão em uma situação bem pior que São Paulo, a gente tem que se preparar”, disse Kallás.

Mortes e casos

Nesta segunda-feira (4), o estado já registrava 31 mortes causadas pela dengue, segundo dados divulgados pelo painel de controle da doença da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

De acordo com a pasta, outros 122 óbitos ainda seguem em investigação. Os casos chegaram a 138.259, sendo 169 considerados grave.

As mortes confirmadas foram registradas em 21 municípios entre 1º de janeiro e 4 de março:

  • Bebedouro: 1 morte
  • Bariri: 2 mortes
  • Bauru: 1 morte
  • Pederneiras: 2 mortes
  • Bragança Paulista: 1 morte
  • Campinas: 1 morte
  • São Paulo: 2 mortes
  • Franca: 1 morte
  • Restinga: 1 morte
  • Marília: 3 mortes
  • Guarulhos: 3 mortes
  • Suzano: 1 morte
  • Batatais: 1 morte
  • Ribeirão Preto: 2 mortes
  • Serrana: 1 morte
  • Mauá: 1 morte
  • Parisi: 1 morte
  • Votuporanga: 1 morte
  • Pindamonhangaba: 2 mortes
  • Taubaté: 2 mortes
  • Tremembé: 1 morte

Na capital, além das duas pessoas que morreram pela doença, outros 27 óbitos estão em investigação. O casos chegaram a 32.212.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, a maioria das infecções está concentrada em 15 de bairros que estão em epidemia de dengue, distribuídos pelas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste:

São eles: Vila Jaguará, Parque São Domingos, Itaquera, Jaçanã, São Miguel Paulista, Vila Leopoldina, Anhanguera, Tremembé, Campo Limpo, Vila Maria, Guaianases, Lapa, Água Rasa, Lajeado e Vila Medeiros.

Em 25 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou a lista dos cerca de 500 municípios brasileiros que deveriam receber doses do imunizante num primeiro momento para vacinação do público-alvo, da faixa entre 10 e 14 anos.

Dentre os contemplados, apenas 11 ficam no estado de São Paulo: Guarulhos, Suzano, Guararema, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá, Arujá, Santa Isabel, Biritiba-Mirim, Salesópolis. A capital ficou de fora.

Os municípios paulistas deram início à vacinação contra dengue de forma gradual, a partir de 19 de fevereiro.

Cuidados contra a dengue

Evite qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros grandes espaços, como caixas d’água e piscinas abertas, até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.

Coloque areia no prato das plantas ou troque a água uma vez por semana. Mas não basta esvaziar o recipiente. É preciso esfregá-lo, para retirar os ovos do mosquito depositados na superfície da parede interna, pouco acima do nível da água. Isso vale para qualquer recipiente com água.

Pneus velhos devem ser furados e guardados com cobertura ou recolhidos pela limpeza pública. Garrafas pet e outros recipientes vazios também devem ser entregues à limpeza pública. Vasos e baldes vazios devem ser colocados de boca para baixo. Limpe diariamente as cubas de bebedouros de água mineral e de água comum. Seque as áreas que acumulem águas de chuva. Tampe as caixas d’água.

Fonte G1

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