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Fazendeiro descobre ‘Ovo de Dinossauro’ de tamanho gigantesco

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A descoberta desse “ovo de dinossauro” intrigou várias pessoas que não pararam até entender o que de fato ele era.

Através das descobertas arqueológicas, pesquisadores encontram vestígios de antigas sociedades, culturas e fósseis de animais. Além disso, os fósseis nos ajudam a dar asas à imaginação quando se fala do passado. Pode-se encontrar partes do corpo, como ossos e dentes, até pegadas que deixaram em diferentes lugares do mundo. E algumas coisas podem ser descobertas por pessoas comuns, como no caso desse “ovo de dinossauro”.

O fazendeiro Mateo Suarez estava começando seu dia de trabalho na região pacata de Carlos Spegazzini caminhando por um campo úmido de orvalho. Então, uma coisa fora do comum chamou sua atenção.

O homem avistou uma grande concha negra e escamosa que estava entre os juncos de um riacho. Como essa concha tinha uma aparência estranha, ela atiçou a curiosidade de Suarez.

Descoberta

Conselhos e truques

Aproximando-se do objeto, Suarez ficou admirado e nervoso ao mesmo tempo. Enquanto ele tocava a superfície lisa da concha ele se perguntava o que ela seria. Será que era um fóssil de uma criatura antiga ou alguma coisa nova? Ou até mesmo se ela seria um artefato de uma civilização antiga?

Então, o fazendeiro e sua esposa, Lucia, foram explorar mais a fundo o que o objeto encontrado por ele poderia ser. Os dois analisaram cada detalhe da concha e imaginaram de onde ela poderia ter vindo.

O homem então compartilhou sua descoberta nas redes sociais. Além disso, a notícia a respeito da descoberta de Suarez se espalhou pela aldeia e gerou muitas especulações e conversa entre os moradores. Além deles, Esteban Morales, um colecionador local, ficou intrigado com a descoberta e fez uma proposta ao fazendeiro.

Ele fez uma oferta generosa pelo objeto dizendo que, na realidade, ele podia ser o ovo de uma criatura pré-histórica. Com essa informação, Suarez e Lucia quiseram saber mais a respeito do objeto e o fazendeiro recusou a oferta.

Assim, Suarez foi estudar paleontologia para entender melhor qual era a origem dessa concha. Ele falou com especialistas, foi a museus para ter um conhecimento maior.

Ao final de uma investigação profunda, ele conseguiu saber a verdadeira origem da concha. Ela era um fragmento de uma carapaça de gliptodonte, uma criatura antiga que se parecia com um tatu gigante.

Ovo

Revista Planeta

No caso desse objeto, ele não era um ovo de dinossauro. Mas eles já foram encontrados espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil. Um conjunto de, pelo menos, cinco ovos de uma espécie de dinossauro carnívoro foram encontrados no interior de São Paulo.

Quem encontrou os ovos foi William Nava, paleontólogo e diretor do Museu de Paleontologia de Marília, em um sítio fossilífero em Presidente Prudente. A espécie de dinossauro a quem os ovos pertenciam ainda não foi identificada.

Portanto, para que se confirme de onde esses ovos vieram serão necessários estudos da microestrutura dos ovos, bem como sua comparação com a de outros ovos de dinossauros já conhecidos.

O que Nava espera é que, se for confirmado que esses ovos eram mesmo de dinossauros carnívoros, isso pode ser o segundo registro de ovos de terópodes no nosso país e o primeiro para essa região.

A descoberta foi feita no mesmo lugar onde o pesquisador encontrou, em 2020, aproximadamente 30 ovos de crocodilomorfos. Ele é um grupo que inclui os jacarés e crocodilos atuais e seus parentes extintos há milhões de anos.

De acordo com Nava, esses ovos, possivelmente de terópodes, são diferentes dos outros não apenas pelo seu tamanho, chegando até 13 centímetros de comprimento e sete centímetros de largura, mas também por sua textura. Ela é bem parecida com a que é vista nos ovos de terópodes encontrados na China.

Uma outra descoberta revelada pelos pesquisadores chineses recentemente foi a de um embrião de dinossauro terópode em posição prestes a nascer. Eles conseguiram fazer essa descoberta usando uma tecnologia de tomografia computadorizada dos ovos. Como resultado, eles tiveram um “raio-X” do embrião dentro do ovo.

Nesse caso, a descoberta foi feita na Formação Adamantina da Bacia Bauru, que tem rochas com idade estimada entre 70 a 80 milhões de anos. Essa região era bem diferente no período cretáceo superior.

“Era uma região com um clima semiárido, mais ou menos como alguns locais da África, e havia um estresse ambiental muito grande. Por isso, uma das hipóteses que trabalhamos é de que os animais que ali viviam ou morriam por falta de comida ou por seca, tiveram suas carcaças transportadas por chuvas”, disse o paleontólogo.

Além desses ovos, nesse local também já foram descritas várias espécies de crocodilomorfos extintos, lagartos e também dinossauros carnívoros e herbívoros, do grupo dos titanossauros.

Contudo, no nosso país é raro encontrar evidências fossilizadas. “Esse material é fantástico porque a ocorrência de duas ninhadas de répteis tão distintos em uma mesma localidade é extremamente raro”, explicou Nava.

Nesse sentido, Nava diz que a ocorrência de duas ninhadas diferentes no mesmo local pode ser indício de que aquele era um lugar de nidificação dos animais.

“Os animais podiam ir até o local, que era uma planície afundada em busca de alimento ou água, e ali criavam esse local de nidificação, de forma que se houve um evento rápido de soterramento os ovos foram fossilizados”, explicou ele.

Portanto, uma das maneiras de se comprovar essa hipótese seria se junto com os ovos tivessem sido encontrados restos de ossos e outras pistas, como por exemplo, dentes dos animais.

Agora, o estudo da microestrutura dos ovos, tanto dos crocodilomorfos, quanto dos possíveis terópodes, será feito em parceria com pesquisadores da Universidade de Brasília.

Fonte: Revista online, Folha de São Paulo

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