Internacional
Escavação no Egito revela tumbas com máscara e estátua de “deus do silêncio”
Locais funerários de 1,8 mil a 4,8 mil anos atrás em Saqqara abrigam sepulturas de diferentes períodos e vários artefatos, incluindo estatueta de divindade com forma de criança
Na região de Saqqara, no Egito, uma missão arqueológica egípcio-japonesa descobriu tumbas de cerca de 1,8 mil a 4,8 mil anos atrás. Algumas delas contêm máscaras coloridas de múmias e até mesmo uma estátua do “deus do silêncio”.
Os achados foram divulgados no último dia 4 de janeiro no Facebook pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. A escavação foi um trabalho conjunto entre o Conselho Supremo de Antiguidades e a Universidade de Kanazawa, no Japão.
A investigação revelou “uma necrópole rochosa contendo vários elementos arquitetônicos, sepulturas e artefatos de diferentes períodos históricos durante a temporada de escavações atual dentro e acima das catacumbas na área arqueológica de Saqqara”, anunciou o ministério.
O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mostafa Waziri, declarou que o estudo arquitetônico da necrópole e os artefatos encontrados dentro dela, como pratos e utensílios de cerâmica, indicam a época de sua construção, remontando à Segunda Dinastia do Egito.
O líder da missão pelo lado egípcio, Mohamed Youssef, que é diretor-geral de Antiguidades de Saqqara, citou a descoberta de um sepultamento humano de um homem com uma máscara colorida, e outra sepultura de uma criança pequena.
Além disso, foram encontradas várias sepulturas do Período Tardio e Ptolemaico, incluindo um caixão da 18ª Dinastia em estado deteriorado, com um vaso de alabastro em bom estado em seu interior.
Escavações de tumbas em Saqqara, no Egito
Já o líder da missão pelo lado japonês, Nozomu Kawai, mencionou a descoberta de duas estátuas de terracota da deusa Ísis, com vestígios de cor branca. Ele conta ainda que os arqueólogos encontraram uma pequena estátua da divindade grega Harpócrates, “o deus do silêncio”, que é retratado como uma criança montada em um ganso.
Acredita-se que o ganso representa “um espírito maligno sobre o qual a Criança Divina triunfa”, segundo explicou Kawai ao site Live Science. Ele conta também que a equipe encontrou uma estela, ou uma laje de pedra esculpida, com uma inscrição que afirma pertencer a um homem chamado “Heroides”.
Escavações ocorrem desde 2019
Alguns dos sepultamentos foram encontrados no norte de Saqqara originalmente em 2019, incluindo o túmulo de uma mulher considerada “digna” chamada Demétria, que fora retratada em uma escultura com seu animal de estimação. Porém, devido à pandemia de Covid-19, os arqueólogos suspenderam seu trabalho.
O retorno às escavações ocorreu em 2023, quando eles desenterraram vários túmulos e artefatos adicionais. “A área que estamos escavando é a escarpa oriental do planalto de Saqqara Norte”, disse Kawai. “Até onde escavamos lá, os túmulos mais antigos pertencem à Segunda Dinastia, ou cerca de 4,8 mil anos atrás”.
Dentro de um dos túmulos mais antigos do local, a equipe encontrou “uma placa de alabastro egípcio datada da Segunda Dinastia, acompanhada de um enterro agachado dentro de um caixão de madeira que foi deteriorado por cupins”, disse Kawai.
Também foram encontrados túmulos mais recentes, da 18ª Dinastia (cerca de 1550 a 1295 a.C.), do Período Tardio (cerca de 712 a 332 a.C.), bem como mais túmulos e artefatos datados dos períodos Ptolomaico e Romano.
O pesquisador enfatizou, segundo o Ministério do Turismo e Antiguidades, que a missão realizou trabalhos de registro e documentação arqueológica de todas as descobertas. Ele expressou esperança de que a equipe alcance mais achados na área durante as próximas temporadas de escavação, revelando mais segredos de Saqqara.
Foto: Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito/Facebook/Reprodução
Fonte Galileu