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Shyamalan brinca com o suspense e faz de ‘Armadilha’ um bom programa de família

Foto: Divulgação
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Novo filme do diretor estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (8)

M. Night Shyamalan é um diretor único em Hollywood. Desde que surgiu há 25 anos com O Sexto Sentido, ele conta histórias nas quais o clima de tensão é tão ou mais importante que o plot twist final. Em Armadilha, que estreou nesta quinta-feira (8) nos cinemas brasileiros, ele coloca à prova seu estilo em um filme que brinca com o suspense e que, surpreendentemente, se transforma em um bom programa para a família.

Na trama, Cooper (Josh Hartnett) é um pai que leva a filha, Riley (Ariel Donoghue), ao show de Lady Raven (Saleka Shyamalan, filha do diretor), uma estrela da música do nível de Taylor Swift. O espetáculo, entretanto, é apenas uma armadilha para capturar um serial killer conhecido como o Açougueiro.

Não é surpresa para o público que esse assassino é Cooper (isso não é spoiler, está no trailer e é o que move a história). Começa, então, um jogo de gato e rato, já que a polícia não conhece a identidade do serial killer. Cooper tenta encontrar uma maneira de escapar da armadilha sem que a filha descubra que ele é um monstro.

A história só se sustenta porque a conexão entre Cooper e Riley é real, muito em virtude da boa química entre Hartnett e Donoghue. O personagem é, de fato, um pai amoroso, e essa dualidade faz de Cooper uma figura muito interessante.

“Esse senso do que uma filha significa para um pai está presente em todos os momentos da história. No centro disso, está um homem que é capturado, e ele pode perder essa experiência boba de ir a um show pop com sua filha e viver esse tipo de coisa que, às vezes, os pais fazem. E agora ele tem, ao mesmo tempo, o momento mais bonito para sua filha e o pior momento para ele. Então, esse equilíbrio foi realmente interessante”, explica Shyamalan em entrevista exclusiva ao R7.

Ao dar uma camada extra ao seu vilão e colocar o foco da história em sua tentativa de fuga, Shyamalan brinca com as convenções do suspense. É muito fácil sentir empatia e torcer por Cooper, mesmo sabendo das atrocidades que ele cometeu.

“Acho que Cooper é muito parecido com o resto de nós, só que de maneira mais extrema. Sempre é divertido assumir um personagem que nunca vi antes. Achei adorável e simpática a trajetória do personagem no filme, o que é um truque muito divertido para jogar com o público, e M. Night sempre está ciente de como o público está se sentindo”, disse Hartnett em entrevista ao R7.

O filme também tem outros truques, mas não tão eficazes. O roteiro, em mais de uma ocasião, força a barra para que a trama avance. E a parte final acaba descambando para uma ação um pouco preguiçosa. Mas há coração o suficiente para fazer de Armadilha um bom passeio com a família no cinema.

Fonte R7

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