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Coreia do Norte está perto de concluir sua primeira aeronave de alerta, diz relatório

foto Divulgação
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Construção sugere intercâmbio tecnológico entre China, Rússia e Coreia do Norte

A Coreia do Norte está prestes a concluir sua primeira aeronave de alerta antecipado (AEW), segundo análise do site 38 North, ligado ao think tank Stimson Center, nos EUA. A informação foi baseada em imagens de satélite comerciais feitas no Aeroporto Internacional Sunan, em Pyongyang, no dia 3 de março.

As aeronaves AEW são projetadas para detectar e rastrear aeronaves, navios e mísseis a grandes distâncias, além de atuar em operações de reconhecimento aéreo. Com isso, Pyongyang poderá monitorar de forma mais eficaz as movimentações militares dos EUA e da Coreia do Sul.

A imagem analisada pelo 38 North mostra um avião de transporte Ilyushin IL-76, de fabricação russa, estacionado ao lado de um hangar de manutenção. O diferencial observado foi um radome montado no topo da fuselagem, uma estrutura que abriga antenas de radar essenciais para operações AEW.

“O radome tem um design triangular distinto na parte superior, semelhante ao visto em algumas aeronaves AEW chinesas, mas não em modelos dos EUA ou da Rússia”, destacou o relatório do 38 North. O formato, segundo o portal, pode sugerir uma possível influência chinesa no projeto.

O levantamento também afirma que a companhia aérea estatal norte-coreana Air Koryo possui três aviões IL-76. As imagens indicam que o processo de modificação para convertê-lo em uma aeronave AEW começou em novembro de 2023.

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Parceria com China ou Rússia?

Não há qualquer menção oficial do regime norte-coreano sobre a nova aeronave, mas analistas divergem sobre a origem da tecnologia. Enquanto alguns apontam para um possível apoio da China, outros acreditam que a Rússia pode ter sido a principal colaboradora do projeto.

“O Il-76 é uma plataforma ideal para esse tipo de modificação, já que o avião russo Beriev A-50, uma aeronave AEW, também é baseado nele”, afirmou o analista militar Jyh-Shyang Sheu, do Instituto de Defesa Nacional e Pesquisa de Segurança de Taipei ao portal. Para ele, há fortes indícios de envolvimento russo na iniciativa.

Já Alexander Lord, especialista em geopolítica da consultoria britânica Sibylline, também afirmou ao portal que o desenvolvimento da aeronave reflete um esforço mais amplo de modernização das capacidades norte-coreanas de inteligência, vigilância e reconhecimento. Ele também destaca o fortalecimento das relações militares entre Pyongyang, Pequim e Moscou.

Nas últimas semanas, surgiram relatos de que a Rússia teria utilizado mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte na guerra da Ucrânia. Caso confirmado, o episódio indicaria um intercâmbio tecnológico crescente entre os dois países.

Força norte-coreana ainda tem limitações

Apesar do possível avanço, especialistas ressaltam que a Coreia do Norte ainda tem uma força aérea composta, em sua maioria, por aeronaves obsoletas, como os caças MiG-17 e MiG-21, de fabricação russa.

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Thomas Shugart, pesquisador do think tank Center for a New American Security, explicou ao 38 North que apenas possuir um avião AEW não é suficiente para transformar as capacidades militares do país. Segundo ele, esse tipo de aeronave exige integração com sistemas de comunicação, radares terrestres e outras infraestruturas que a Coreia do Norte pode não ter plenamente desenvolvidas.

“Parece ser um radar de alerta antecipado aerotransportado no topo do avião, nos moldes do E-3 Sentry dos EUA/OTAN ou do KJ-2000 chinês, que também usa a plataforma IL-76”, afirmou Shugart.

No entanto, ele minimiza a ameaça representada pela novidade: “Considerando que há apenas um exemplar e que a integração desse sistema é complexa, eu diria que a capacidade real da Coreia do Norte ainda é limitada”.

Fonte R7

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