Saúde
Faxina emocional: como funciona e por que você deveria fazer neste começo de ano
Em sua coluna para a Vogue, a antropóloga Mirian Goldenberg fala sobre o desafio de afastar pessoas tóxicas e deixar ir o que não serve mais para um ano mais leve e feliz
Após entrevistar mais de cinco mil mulheres e homens de diferentes gerações, percebi que preciso fazer uma faxina existencial — nos meus armários e, principalmente, na minha vida. Mas, afinal, o que é faxina existencial? É um passo necessário para construir uma vida mais simples, livre e feliz. É aprender a dizer “não” para tudo o que me faz mal, mesmo que tenha sido importante em outra fase. É valorizar meu tempo de maneira prazerosa, positiva e produtiva, ajudando-me a descobrir o verdadeiro propósito da minha existência.
A faxina mais simples, e que geralmente faço no início do ano, é doar o que não uso ou não quero mais: sapatos, bolsas e roupas, muitas ainda com etiqueta. Percebo que, quando acumulo o que não tem mais utilidade, não há espaço para o que realmente amo.
Apesar de doloroso, descartar ou doar objetos é mais fácil do que enfrentar o desafio de afastar pessoas tóxicas — aquelas que sugam minha energia, alegria e autoestima. São os chamados “vampiros emocionais”.
Também comecei uma faxina no meu uso do celular. Nunca participei de grupos de WhatsApp de amigos, parentes ou trabalho. Agora, ao caminhar na praia, deixo o celular em casa. Durante o trabalho ou leituras, mantenho-o longe do escritório. Quando assisto a filmes ou séries, não quero ser interrompida por mensagens. Assim, tenho mais tempo para ler, pesquisar, escrever e fazer o que realmente importa.
A parte mais difícil dessa faxina é lidar com pessoas tóxicas: o irmão que só pede favores, a amiga invejosa, o colega mentiroso, a vizinha encrenqueira ou o parceiro que critica constantemente. Nem sempre é possível eliminá-las, mas construir barreiras psicológicas ajuda a não ser afetada por essas energias negativas.
Um exemplo dessa faxina foi no início de 2024. Por anos, tolerei uma colega de faculdade que exibia sua “superioridade intelectual” enquanto diminuía meu trabalho. Durante uma palestra minha, ela debochou e tentou me humilhar. Foi o limite. Decidi ignorá-la completamente. Ela perdeu o poder de interferir na minha vida, e finalmente estou livre de sua energia destrutiva.
Libertar-me de objetos é fácil, mas afastar pessoas tóxicas exige determinação e coragem. Em 2025, meu objetivo é dizer “não” às pessoas que me fazem mal e “sim” àquelas que contribuem para minha felicidade. Não quero mais desperdiçar tempo, energia ou saúde com quem suga minha alegria de viver.
E você? Já refletiu sobre o que é realmente essencial na sua vida? Que tal começar agora a descartar ou afastar o que não lhe serve mais?
Fonte Vogue