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Saúde

Pela 1ª vez, filhos têm QI inferior ao dos pais

Foto: Divulgação
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Mas qual a razão disso, afinal?

Nos últimos anos, a revolução digital transformou de maneira irrevogável nossa sociedade, trazendo avanços em diversos setores.

Contudo, essa mudança também trouxe desafios, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo das novas gerações.

Pela primeira vez na história, estamos testemunhando uma geração de filhos com QI inferior ao de seus pais.

Esse fenômeno, identificado por neurocientistas como Michel Desmurget, levanta questões alarmantes sobre o impacto dos dispositivos digitais no desenvolvimento cerebral de crianças e jovens.

Causas da diminuição do QI

Décadas atrás, o psicólogo neozelandês James Flynn observou um aumento constante no QI de cada geração, um fenômeno que ficou conhecido como Efeito Flynn.

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No entanto, essa tendência positiva começou a se reverter em vários países desenvolvidos, onde as condições socioeconômicas permaneceram estáveis.

Países como Noruega, Dinamarca, Finlândia e França registraram uma queda no QI das gerações mais jovens, apontando para a “orgia digital” como um dos principais culpados.

Como as telas afetam o sistema neurológico?

Os dispositivos digitais afetam diversos pilares fundamentais da inteligência: linguagem, concentração, memória e cultura.

O neurocientista Michel Desmurget destaca que o uso intensivo dessas tecnologias reduz a qualidade e a quantidade de interações intrafamiliares, essenciais para o desenvolvimento da linguagem e do emocional.

Além disso, o tempo dedicado a atividades mais enriquecedoras, como leitura, música e arte, é drasticamente reduzido, enquanto o sono, crucial para a consolidação da memória, é perturbado.

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A superestimação da atenção e a subestimação intelectual impedem o desenvolvimento pleno do potencial cerebral.

Estudos mostram que a exposição prolongada a telas atrasa a maturação anatômica e funcional do cérebro em várias redes cognitivas relacionadas à linguagem e à atenção.

Em média, crianças de 2 anos passam quase três horas por dia em frente a telas, enquanto adolescentes chegam a passar mais de sete horas diárias.

Especialistas sugerem que esse tempo deveria ser limitado a 30-60 minutos diários para crianças maiores de seis anos e nenhuma exposição para menores dessa idade.

Videogames e desempenho acadêmico

É importante reconhecer que nem todas as telas são igualmente prejudiciais. Atividades educativas podem oferecer algum valor, mas os usos recreativos mais empobrecedores, como redes sociais e videogames violentos, tendem a predominar.

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Videogames de ação, por exemplo, são particularmente prejudiciais devido à sua natureza superestimulante e ao potencial de promover comportamentos impulsivos.

E contrariando a ideia de que videogames podem melhorar o desempenho acadêmico, estudos indicam o contrário.

Crianças que jogam videogames frequentemente apresentam notas mais baixas e dificuldades em memorização e atenção.

Em um estudo experimental, crianças que receberam consoles de jogos mostraram uma queda significativa em seu desempenho escolar após apenas quatro meses de uso intensivo.

Os pais precisam estar ciente dos perigos

A desinformação é um grande obstáculo na mitigação desses problemas.

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Muitos pais desconhecem os perigos das telas, influenciados por informações parciais e tendenciosas disseminadas por uma indústria digital lucrativa.

Estudos financiados por essa indústra frequentemente minimizam os riscos e até promovem supostos benefícios dos videogames, confundindo ainda mais o público.

O que o futuro reserva para essa geração digital?

Se a tendência atual continuar, veremos um aumento nas desigualdades sociais e uma divisão crescente entre crianças que são protegidas da “orgia digital” e aquelas que são imersas nela.

As primeiras terão uma vantagem significativa em termos de desenvolvimento cognitivo e cultural, enquanto as últimas podem se tornar incapazes de compreender plenamente o mundo ao seu redor e atuar como cidadãos informados.

Para reverter essa tendência, é crucial implementar uma campanha de informação justa e diretrizes claras sobre o uso de telas.

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Limitar a exposição a dispositivos digitais e promover atividades enriquecedoras são passos essenciais.

O futuro da inteligência das novas gerações depende de como equilibramos o uso da tecnologia com o desenvolvimento saudável de suas capacidades cognitivas e emocionais.

A revolução digital, com todos os seus benefícios, também trouxe desafios significativos que não podem ser ignorados. Afinal, a diminuição do QI entre as novas gerações é um sinal claro de que precisamos repensar o uso de dispositivos digitais.

Apenas através de uma abordagem informada e equilibrada podemos garantir que as futuras gerações desenvolvam todo o seu potencial intelectual e emocional, preparando-as para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais complexo e digitalizado.

*Com informações de BBC e Gazeta do Povo.

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