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Política

PF vai até a casa de Roberto Jefferson; ex-deputado diz que trocou tiros com agentes

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Agentes foram a residência do ex-parlamentar, no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, neste domingo (30)

O ex-deputado federal e presidente de honra do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que trocou tiros com a Polícia Federal, depois de agentes chegarem à casa dele para o cumprimento de um mandado. O caso ocorreu no município de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, neste domingo (30). 

Em uma gravação (veja no vídeo abaixo), Roberto Jefferson filma o circuito de câmeras do imóvel que mostra um carro da Polícia Federal e afirma que revidou os tiros dos agentes. Segundo informações preliminares, um policial foi baleado, mas foi levado ao hospital e está bem. “Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito, mas eu não me entrego. Chega de abrir mão da minha liberdade em favor da tirania. Não faço mais isso. Chega”, afirma o ex-parlamentar.

“Vou cair de pé, como homem que sou. Sou líder. O líder não é só de palavra, dá o exemplo. O Brasil chegou no limite da tirania. Esses caras tiranizaram a gente. Xandão [Alexande de Moraes], Cármen Lucia, [Edson] Fachin. Está aqui a minha mulher, em desespero, em prantos”, complementa.

‘Só saio daqui morto’

Em outro vídeo (veja a gravação abaixo), Jefferson pede perdão e critica as decisões judicais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral. “Quero dizer aos meus irmãos, peço perdão, mas a polícia cumpre todas as ordens judiciais de Alexandre de Moraes. Não dá mais. Reagi, não vou me entregar, só saio daqui morto. Chega, cansei de ser humilhado”, afirma.

O advogado do PTB, Luiz Gustavo, confirmou ao R7 que a PF foi à casa de Roberto Jefferson, que está em prisão domiciliar, para o cumprir medidas cautelares relacionadas ao vídeo em que o ex-deputado federal ofende a ministra do STF Cármen Lúcia e compara a magistrada a uma prostituta.

“Fui rever o voto da bruxa de Blair, a Cármen Lúcifer, na censura prévia à Jovem Pan. Olhei de novo, não dá pra acreditar. Lembra mesmo aquelas prostitutas”, disse Jefferson, na gravação.

Mesmo em meio à prisão, Roberto Jefferson se manifestou por meio de nota, divulgada pelos advogados. No texto, ele argumenta que a prisão é ilegal pois o mandato não caberia ao STF. “Dessa forma, desvirtuadamente, os pretensos superministros, desejam que seus atos como servidores públicos não sejam criticados, ainda que promovam injustiças, gerando todo tipo de transtornos”, diz o texto. “Não me preocupa a minha situação jurídica”.

Comportamento repudiado pelo STF

A conduta do ex-parlamentar foi repudiada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber. “O Supremo Tribunal Federal manifesta seu veemente repúdio à agressão sórdida e vil, expressão da mais repulsiva misoginia, de que foi vítima a ministra Cármen Lúcia em função de sua atuação jurisdicional, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral”, disse Weber.

“Condutas covardes dessa natureza são inadmissíveis em uma democracia, que tem como um de seus pilares a independência da magistratura. Não há como compactuar com discurso de ódio, abjeto e impregnado de discriminação, a atingir todas as mulheres e ultrapassar os limites civilizatórios”, acrescentou.

Para Weber, Cármen tem notável saber jurídico e reputação ilibada. “Ilumina o STF com sua inteligência, talento, isenção e competência. Sem dúvida, continuará, independente e serena, na defesa intransigente da Constituição, sempre com o respaldo e admiração de seus pares e da comunidade jurídica”.

Repúdio do presidente

O presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais, também se manifestou contra o ex-parlamentar, na tarde deste domingo (30). Veja a publicação a seguir:

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