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Inverno começa hoje com previsão de ondas de frio intenso pelo país

Inverno é marcado por período menos chuvoso nas regiões Sudeste e Centro-Oeste MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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Expectativa é de frio entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto no Sul e no Sudeste. O Nordeste será afetado por chuvas

O inverno chegou nesta terça-feira (21), às 6h14, e segue oficialmente até o dia 22 de setembro, às 22h04. A estação pode ser mais fria que do que em anos anteriores por causa do fenômeno La Niña — causado pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico —, que acentua eventos climáticos extremos em diversos países, de acordo com Fabiene Casamento, meteorologista da empresa Climatempo.

Em pleno outono, o Brasil teve registros de frio intenso, neve e ciclone em algumas cidades. As baixas temperaturas provocaram espanto em populações, fazendo-as questionar a possibilidade de um inverno ainda mais gelado. Segundo a especialista, esses fenônemos atípicos para a estação passada também tiveram influência do La Ninã.

As condições que propiciaram o frio devem se repetir com mais frequência e tornar o inverno mais rigoroso, especialmente nos estados do Centro-Sul do Brasil. A previsão é que ocorram ondas de frio intenso entre o fim de julho e a primeira quinzena de agosto, com temperaturas abaixo da média, névoa e possível geada.

Apesar das ondas que devem marcar a estação, Fabiene explica que este inverno deverá ser semelhante ao do ano passado. “Quando a temperatura chega a 13°C, a gente sente certo desconforto, então é normal que no inverno, com termômetros entre 10°C e 6°C, ou, em algumas regiões, até menos, as pessoas comentem e sintam esse frio intenso, que parece ser anormal para o brasileiro”, disse. 

Massa de ar frio a cada 15 dias

A meteorologista Maria Clara Sassaki, também da Climatempo, explicou que uma massa de ar frio deve ocorrer a cada 15 dias. “É que atrás de uma frente fria sempre vem uma massa de ar polar. Frentes frias passam o ano todo, mas no inverno o Hemisfério Sul está mais distante do Sol. Então o frio fica ainda mais intenso”, afirma.

Na região Norte, as temperaturas devem ser mais elevadas, mesmo no inverno. No Centro-Oeste, deve haver, inclusive, massas de ar seco e quente, o que favorece a ocorrência de incêndios florestais, principalmente nos meses de agosto e setembro.

A meteorologista Dóris Palma, da FieldPRO, também prevê que a estação seja marcada por três a quatro ondas de frio intenso. Elas ocorrem primeiro na virada de junho para julho, abrangendo principalmente áreas do Sul do país. Depois, entre os dias 13 e 15 de julho, “uma nova onda de frio deve alcançar áreas das regiões Sul e Sudeste”, explica.

De acordo com Palma, em julho, o Sul do país deve sofrer com geadas: “Entre os dias 13 e 15 poderemos ter temperaturas próximas a 0°C em boa parte da região. Esse é o ingrediente principal para a ocorrência de geadas e afeta a agricultura de forma geral”. Nesse período, explica a meteorologista, existe até mesmo a possibilidade de nevar. 

O inverno seco e os reservatórios

Segundo a especialista Fabiene Casamento, os reservatórios de São Paulo devem ser prejudicados pela falta de chuva no inverno. De acordo com ela, as chuvas devem ocorrer no estado apenas no fim de cada mês [junho, julho, agosto e setembro], mas “serão escassas e rápidas”. 

Em Minas Gerais, não há previsão de chuvas intensas, o que pode afetar o nível dos reservatórios. No entanto, os temporais que aconteceram durante o verão garantiram, segundo a especialista, uma quantidade suficiente de água. 

A pouca ou a falta de chuva ocorre em toda a região do Sul e Sudeste do Brasil. Por outro lado, no Nordeste, os estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, por exemplo, serão extremamente afetados por fortes chuvas, prevê a meteorologista. “Deve haver transtornos nessas regiões.” 

Fenômeno La Niña

La Niña, fenômeno temporário e transitório ocasionado pela diminuição da temperatura da superfície do oceano Pacífico, produz um maior volume de chuvas e diminuição da temperatura. 

Devido à influência do fenômeno, as temperaturas tendem a ficar levemente abaixo do esperado em áreas da região Sul e parte do Sudeste, e também em algumas partes do Centro-Oeste do Brasil, como em Mato Grosso do Sul.

“O inverno não é a estação em que o La Niña tem mais impactos no país, então o volume de chuvas não sofre tanto impacto quanto a temperatura”, diz Dóris Palma. O fenômeno provoca mudanças de clima principalmente em São Paulo, sul de Minas, Rio de Janeiro e também em Mato Grosso do Sul, explica ela.

Fonte R7

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