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Galáxia “fantasma” que sumiu em imagens do Hubble reaparece com James Webb

Composição colorida da galáxia AzTECC71 a partir de vários filtros de cores no instrumento NIRCam do Telescópio Espacial James Webb — Foto: J. McKinney/M. Franco/C. Casey/The University of Texas at Austin
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Objeto misterioso do início do Universo foi detectado primeiro como uma mancha pelo Telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí, e ressurgiu agora em imagem infravermelha

Telescópio Espacial James Webb conseguiu solucionar um mistério: o paradeiro de uma galáxia previamente observada pelo seu “colega” Hubble. O antigo telescópio da Nasa havia observado o objeto que, depois, sumiu. Agora, de acordo com artigo publicado em outubro no periódico The Astrophysical Journal, trata-se da galáxia “AzTECC71”.

O fenômeno está envolto em um véu de poeira difícil de ser visto — quase 1 bilhão de anos após o Big Bang. Galáxias poeirentas em formação estelar, como “AzTECC71”, eram consideradas extremamente raras no início do Universo. Porém, elas podem ser de três a dez vezes mais comuns do que se esperava, segundo sugere a nova descoberta, somada a dados preliminares da colaboração COSMOS-Web, responsável pelo estudo.

COSMOS-Web é a maior pesquisa inicial do James Webb, que busca mapear até 1 milhão de galáxias para estudar as estruturas mais antigas do Universo. Só no primeiro ano, a equipe de mais de 50 pesquisadores recebeu 250 horas de observações.

A galáxia AzTECC71 é claramente visível no filtro de cor mais vermelho do instrumento NIRCam no Telescópio Espacial James Webb (F444W, extrema direita), mas não nos filtros mais azuis (F115W e 150W, esquerda) — Foto: . McKinney/M. Franco/C. Casey/Universidade do Texas em Austin
A galáxia AzTECC71 é claramente visível no filtro de cor mais vermelho do instrumento NIRCam no Telescópio Espacial James Webb (F444W, extrema direita), mas não nos filtros mais azuis (F115W e 150W, esquerda) — Foto: . McKinney/M. Franco/C. Casey/Universidade do Texas em Austin

A galáxia “AzTECC71” foi detectada primeiro como uma mancha por uma câmera do Telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí, que vê em comprimentos de onda entre infravermelho distante e micro-ondas. Então, a equipe COSMOS-Web avistou o objeto nos dados de outra equipe usando o telescópio Alma, no Chile, que possui maior resolução espacial e pode enxergar no infravermelho. Isso permitiu restringir de onde vinha a fonte.

Com o infravermelho de James Webb, os cientistas encontraram uma galáxia fraca exatamente no mesmo lugar, em um comprimento de onda de 4,44 mícrons. Em comprimentos mais curtos de luz, abaixo de 2,7 mícrons, ela era invisível.

A equipe estima que a galáxia está sendo observada em um desvio para o vermelho de cerca de 6, o que se traduz em cerca de 900 milhões de anos após o Big Bang. “Mesmo que pareça uma pequena mancha, ela está realmente formando centenas de novas estrelas a cada ano”, afirma Jed McKinney, pesquisador de pós-doutorado na Universidade do Texas em Austin, e primeiro autor do estudo, em comunicado.

McKinney considera a descoberta empolgante e acredita que “isso potencialmente sugere que há uma população inteira de galáxias que estiveram escondidas de nós.”

Antes de James Webb, os astrônomos chamavam galáxias poeirentas em formação estelar de “galáxias escuras de Hubble”. Essas galáxias são difíceis de ser vistas na luz óptica porque grande parte da luz de suas estrelas é absorvida por um véu de poeira e depois reemitida em comprimentos de onda mais vermelhos (ou mais longos).

“Até agora, a única maneira de vermos galáxias no início do Universo foi de uma perspectiva óptica com o Hubble“, disse McKinney. “Isso significa que nossa compreensão da história da evolução das galáxias é enviesada porque estamos vendo apenas as galáxias não obscurecidas, menos poeirentas.”

A COSMOS-Web está trabalhando para descobrir mais galáxias poeirentas com o James Webb. A equipe recebeu seu primeiro lote de dados em dezembro de 2022, e mais devem chegar até janeiro de 2024.

Fonte Galileu

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